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Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vai solicitar ao Exército Brasileiro o desligamento oficial do tenente-coronel Ernani Lunardi Filho. A informação foi dada pela presidente da Comissão, deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), em entrevista à Rádio CBN, na manhã desta sexta-feira. O pedido será feito com base em denúncias de torturas praticadas por Lunardi no 20º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB), em Curitiba, e no 38º Batalhão de Infantaria (BI), em Vila Velha.

No Espírito Santo, o tenente-coronel foi instrutor do Núcleo de Formação de Oficiais da Reserva, em 1992. Os trotes praticados por ele no estado foram denunciados pela Rádio CBN Vitória.

- Nosso pedido se baseia na reincidência, só o afastamento não é suficiente. A investigação tem que ser no sentido definitivo. Eu já havia conversado com o Exército e eles ainda consideram tortura natural. Mas não existe naturalidade, nem tolerância - disse a deputada.

Nesta quinta-feira, a tortura aplicada por militares dentro de uma das unidades do 20º BIB foi o assunto em destaque no programa CBN Cotidiano, da Rádio CBN Vitória (93,5 FM). Durante o programa, um dos ouvintes ligou e disse que o filho serviu ao Exército capixaba quando Lunardi era instrutor. E relatou que o jovem, na época com 18 anos, sofreu maus tratos semelhantes aos registrados em Curitiba. A identidade do ouvinte será preservada.

Pelo telefone, o ouvinte detalhou o sofrimento que o filho passou em Vila Velha. Ele voltou a relatar detalhes sobre o trote a que o adolescente foi submetido quando ingressou no Serviço Militar. Explicou que o filho tomou chutes e pancadas em várias partes do corpo, além de ser obrigado a ficar submerso em um tanque de lama durante uma noite fria. O jovem não seguiu carreira militar.

- Há pouco mais de 10 anos, esse comandante tinha uma outra patente no 38º BI e fez isso com outros alunos aqui. Esse elemento já deveria estar fora da corporação há muito tempo. Ele não tem dignidade para representar o Exército Brasileiro. Aqui ele cometeu atrocidades muito grandes. O meu filho passou por inúmeros sofrimentos. Hoje me arrependo por não ter denunciado - disse o pai do jovem.

O comandante do 38º BI, em Vila Velha, coronel José Otávio Gonçalves, foi procurado para falar sobre as denúncias de torturas no Espírito Santo. A assessoria de imprensa do 38º BI disse que o comandante não iria se manifestar e que não tem conhecimento das torturas denunciadas. A assessoria de comunicação social do Exército em Brasília ainda não se pronunciou sobre o episódio no estado.

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