Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Afogamentos

Tentativa de salvamento causa morte de quatro jovens

Duas tragédias ocorridas na última segunda-feira tiraram a vida de quatro jovens paranaenses de forma semelhante: um rapaz tentou salvar outro que se afogava e acabou morrendo também. As doses de heroísmo que culminaram nas fatalidades contrariam a recomendação dos bombeiros: pessoas sem experiência não devem entrar na água para resgatar outras.

"Quem está se afogando, se desespera. A primeira reação é tentar se agarrar em quem estiver por perto. Quem vai salvar acaba se afogando também", diz o sargento Nelson Wieners, do 1.º Grupamento de Bombeiros. "O ideal é lançar alguma coisa que boie – pode ser até uma garrafa pet – para puxar essa pessoa para fora da água", completou.

Uma das fatalidades ocorreu em um retiro de carnaval da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Por volta das 6h30, dois jovens disputavam uma gincana, que consistia em encontrar duas garrafas pet, em uma estância, em São José dos Pinhais. Um deles, Maicon Trindade Linsmeier, de 17 anos, entrou para pegá-la, mas começou a se afogar. O amigo dele, Franco Michelisa, de 16 anos, tentou salvá-lo e se afogou.

Os bombeiros tentaram reanimar os jovens, mas não conseguiram. Os pais deles participavam do retiro e se desesperaram ao constatar que os filhos estavam mortos. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a eventual responsabilidade criminal. "A gente tem indícios preliminares de que foi uma fatalidade. Mas vamos investigar e, confirmada esta possibilidade, indicaremos pelo arquivamento do caso", disse o delegado Gil Rocha Tesserolli.

O outro caso envolveu uma família de Tuneiras do Oeste que passava o carnaval na casa de parentes, em Vargem Grande do Sul, São Paulo. Rafael Santos Silva, de 16 anos, se afogou ao entrar numa barragem para pegar uma bola de futebol. O irmão gêmeo dele, Gabriel Santos Silva, tentou socorrê-lo e também se afogou.

Responsabilidades

Em casos como esses, a polícia geralmente analisa se alguma negligência levou à tragédia para a instauração de uma investigação. O responsável pode ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção).

Na esfera cível, a família das vítimas pode mover uma ação por danos morais contra o organizador do evento no qual ocorreu a tragédia. Se o local tiver alguma falha ou defeito estrutural, o proprietário também pode ser responsabilizado.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.