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Terça Livre questiona decisão do YouTube em encerrar seus canais

Allan dos Santos, do Terça Livre, na CPI das Fake News em 2019: "querem calar a direita". (Foto: Senado)

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“A gente não pode dizer que está surpreso com o que aconteceu. Mas esperava que acontecesse um pouco depois. Talvez seja a maior porrada que tomamos até agora, em termos de censura”. Foi assim que o apresentador e fundador do canal Terça Livre Italo Lorenzon reagiu com um vídeo no Instagram, na noite desta quarta-feira (3), à decisão do YouTube em retirar do ar os canais do grupo.

Em seu site oficial, o canal declarou: “Caros seguidores, os globalistas estão derrubando todos os conservadores e agora fomos nós. Amanhã será você!” Na manhã de quinta-feira, o grupo realizou uma live no Instagram, com pico de 6.200 visualizações. “Eles querem que as notícias sejam unânimes, querem que apenas uma voz comunique com as pessoas”, declarou Lorenzon. “Sabemos que não importa o que você faz, mas quem faz. Os conservadores são alvo. Não sabemos se o próprio Instagram não vai nos tirar do ar”.

O YouTube emitiu uma nota oficial comunicando os motivos da decisão:

“Todos os conteúdos no YouTube precisam seguir nossas diretrizes de comunidade. Contamos com uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar conteúdo suspeito e agimos rapidamente sobre aqueles que estão em desacordo com  nossas políticas. O YouTube também se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios. Caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades. Essa regra se aplicará a todo o período em que a restrição estiver ativa. Consideramos a violação dela um descumprimento dos nossos Termos de Serviço, o que pode levar ao encerramento da conta.”

Alvo do STF

As contas do canal Terça Livre no You Tube já haviam sido suspensas temporariamente. Além disso, o jornalista Allan dos Santos, integrante do Terça Livre, é alvo do inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF). Em julho passado, ele deixou o Brasil, rumo aos Estados Unidos, dizendo-se ameaçado.

Convocado para depor diante do STF em janeiro de 2020, ele se recusou a se apresentar. “Meus advogados não tiveram acesso aos autos e eu não fui. No dia de Santo Tomás de Aquino, resta-me defender e testemunhar a existência das leis nesse país. Não ao Estado de Exceção”, declarou na época.

Dois meses antes, ele havia prestado depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News no Congresso Nacional. Na época, ele afirmou que não é responsável pela divulgação de notícias falsas.

Nos EUA

Recentemente, em 20 de janeiro, o You Tube desmonetizou, sem aviso prévio, o canal conservador americano The Epoch Times. Em nota, o grupo reagiu: “Nossos fundadores são cidadãos americanos de origem chinesa que fugiram da China comunista e abraçaram os direitos de criar, nos Estados Unidos, uma organização de notícias independente e sem censura. Acreditamos que a liberdade de expressão é o suporte para uma sociedade livre”. O texto afirma: “Estamos confiantes de que nosso conteúdo independente respeita os critérios da plataforma do You Tube”.

De acordo com um estudo realizado pelo centro de pesquisas americano Pew e divulgado no segundo semestre de 2019, três quartos dos americanos adultos acreditam que as redes sociais censuram conteúdos por motivações políticas. Quando se considera apenas os adeptos do Partido Republicano, esse percentual sobe para 90%.

Entre os democratas, 73% concordam com a prática de marcar posts como falsos ou imprecisos. Entre os republicados, 71% discordam dessa medida, adotada por todas as grandes empresas de redes sociais nos últimos anos.

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