Uma empresa que prestava serviços terceirizados para o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, entrou em processo de falência, suspendendo o pagamento de 57 profissionais responsáveis pela central de agendamento de consultas e outras atividades administrativas.
Desde o dia 12 deste mês, estes funcionários abandonaram suas funções, orientados pela direção do hospital. De acordo com o HC, o atendimento aos pacientes está sendo realizado por funcionários da administração direta em regime de horas-extra. "Fizemos um plano de contingência rápido e pudemos contornar problemas com o agendamento", garante Monica Silveira, diretora administrativa do hospital.
Os trabalhadores estão sem receber os vencimentos referentes a julho e os dez dias de trabalho em agosto. De acordo com Veridiana de Fátima da Silva, membro da comissão de trabalhadores junto ao Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba e Região (Siemaco), a empresa Adminas Administração e Terceirização de Mão de Obra está incomunicável. "É uma companhia com sede em Minas Gerais, e não temos condição de saber como está a nossa situação", relata.
Além dos salários, os trabalhadores estão à espera da rescisão do contrato de trabalho. Sem a baixa na carteira profissional, não podem procurar outro emprego. "Estão todos em casa, e fica uma situação bem confusa", aponta Veridiana. Segundo a direção do HC, o valor pago à Adminas foi bloqueado e deverá ser usado para o pagamento dos terceirizados, após parecer jurídico.
O HC pretende iniciar um processo de rompimento unilateral do contrato por não cumprimento de obrigações. A reposição de pessoal depende de nova licitação ou remanejamento interno.
A reportagem tentou entrar em contato com a Adminas, mas as ligações não foram completadas. No site da empresa, foi publicado um aviso com um número de telefone, mas alerta que o acesso está congestionado.
Entre os clientes da empresa listados no site, encontram-se diversos órgão públicos federais e instituições de ensino de Minas Gerais. O Instituto Federal do Paraná (IFPR) também consta como cliente. A entidade, entretanto, esclarece que não possui qualquer vínculo com a empresa.