Funcionários terceirizados da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e estudantes bolsistas de diversas universidades do país estão terminando 2015 com pagamentos atrasados. Sem receber os salários relativos a novembro, trabalhadores deflagraram uma greve na instituição de ensino paranaense e os alunos lançaram uma campanha nas redes sociais com a hashtag #Capescademinhabolsa. Os depósitos deveriam ter sido realizados no último dia 7.
De acordo com a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná – Seção Sindical do Andes-SN, mais de 700 trabalhadores terceirizados de quatro empresas foram prejudicados. Eles atuam em portaria, segurança, limpeza, manutenção e nos Restaurantes Universitários (RUs). Sem os salários, eles cruzaram os braços na última terça (08).
A reportagem confirmou que, pelo menos, um dos três restaurantes universitários, o localizado no Centro Politécnico, está fechado há três dias. Em resposta publicada pelo site da entidade de classe, o pró-reitor de Administração da UFPR, Edelvino Razzolini Filho, confirmou os atrasos e disse que os trabalhadores deveriam receber ainda nesta semana.
Em setembro, os profissionais dos serviços de limpeza da UFPR já haviam sofrido com os atrasos nos salários e chegaram a paralisar as atividades por dois dias. Procurada pela Gazeta do Povo, a UFPR informou que emitiu a ordem de pagamento na última quinta-feira (10) e que os depósitos nas contas dos funcionários agora dependem de compensação bancária, o que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira.
Sem bolsa
Alunos de todo o Brasil, inclusive do Paraná, também estão sofrendo com o atraso nos pagamentos. Desde ó último dia 7, estudantes de mestrado, doutorado e pós-doc estão inundando as redes sociais com a hashtag #Capescademinhabolsa. Há menções a atrasos em diversas instituições país a fora.
Esse também não é o primeiro contratempo deste ano na liberação das bolsas a estudantes de nível superior no país. Em março, bolsistas dos institutos federais haviam reclamado da mesma situação. Ao assinar um contrato para bolsa, a pessoa concorda em não exercer qualquer outra atividade remunerada, ou seja, a bolsa passa a ser sua única fonte de renda.