O paulista Wellington Firmino foi preso nos atos de 8 de janeiro de 2023| Foto: André Borges/EFE
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Após a Justiça da Argentina emitir mandados de prisão contra 61 foragidos brasileiros condenados ou investigados pelos atos de 8 de janeiro, mais uma pessoa foi detida no país. Wellington Luiz Firmino, de 34 anos, é o terceiro exilado brasileiro preso no território argentino. Ele tentava fugir para o Chile após saber das prisões de Joelton Gusmão e Rodrigo Moro – presos na última semana, em La Plata –, mas foi detido na fronteira.

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Em vídeo publicado nas redes sociais nessa segunda-feira (18), Firmino agradeceu pelos seis meses que permaneceu refugiado na Argentina, mas afirmou que os argentinos “pisaram na bola”.

Segundo ele, os juízes do país teriam aproveitado a viagem de Milei, que está na reunião da Cúpula do G20 no Brasil, para capturar brasileiros relacionados aos atos do 8/1. “Os juízes fizeram a festa e pediram nossa prisão”, relatou em um vídeo gravado enquanto aguardava na delegacia.

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O rapaz afirmou que seu objetivo era sair do país, mas foi preso na primeira passagem pela polícia, ao mostrar seus documentos. “Estou agora na imigração esperando e, com certeza, sairei daqui em cárcere”, disse na manhã de segunda-feira. "Que Deus tenha piedade de mim e me faça suportar cada dia que estiver preso”, continuou, ao afirmar não quer ser extraditado.

No mesmo vídeo, o brasileiro aponta que “ter uma opinião não deveria levar ninguém preso”, mas “que hoje o Brasil está pior que a Venezuela”. Apesar da situação, o paulista pareceu tranquilo e gravou um novo depoimento durante a noite, tomando chimarrão. “Não esqueçam de mim”, pediu.

Wellington foi preso dia 8 de janeiro de 2023 e passou sete meses no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele gravou um vídeo em cima da torre do Congresso Nacional durante os atos do 8/1, e foi condenado a 17 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Audiência será nesta terça-feira (19), na Argentina

Segundo o advogado Ezequiel Silveira, da Associação de Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav), que está na Argentina acompanhando os exilados, Wellington Firmino segue na delegacia da província de Jujuy, fronteira com o Chile. “Vai passar por audiência ao meio-dia [desta terça-feira (19)] para saber se será libertado ou permanecerá preso”, informou.

Ainda de acordo com o advogado, os outros dois foragidos já passaram por audiência e tiveram a liberdade negada na primeira audiência. Eles recorreram, e estão aguardando a decisão. “Ontem foi feriado na capital e hoje é feriado em La Plata, onde estão presos, então isso tem atrasado a resposta da justiça”, informou.

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Emissão dos mandados de prisão

As detenções são resultado de uma ordem de prisão foi decretada semana passada na Argentina contra 61 cidadãos brasileiros investigados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. A ordem é do juiz Daniel Rafecas e atende a um pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.

Até o momento, o STF condenou quase 270 pessoas por envolvimento nos atos de 8/1, sendo 223 por crimes graves relacionados à destruição do patrimônio público e 42 por incitação ao golpe após se recusarem a firmar acordos com a Justiça. O Supremo também homologou acordos com 476 acusados e absolveu quatro pessoas. Até 18 de novembro, outros 15 réus que se recusaram a aceitar acordos serão julgados.