O terceiro protesto organizado pelo Comitê pelo Passe Livre começou por volta das 17h50 desta quarta-feira (22). Antes de o grupo iniciar a caminhada pelas ruas da cidade, para reclamar sobre o aumento do preço da passagem de ônibus - que subiu de R$ 2,30 para R$ 2,65 em 1º de janeiro -, as empresas concessionárias do transporte coletivo fecharam o Terminal Urbano. A orientação dada aos passageiros era descer antes do ponto final. Quem precisou fazer integração com outra linha teve que andar algumas quadras.
A integrante do Comitê pelo Passe Livre Maíra Vieira defendeu a legitimidade da manifestação. "Nós estamos na rua para mostrar para a população que o preço da tarifa é abusiva e que a rua é o lugar legítimo para reivindicarmos que ela abaixe."
Questionada sobre a reunião entre o Passe Livre e o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) na tarde de quinta-feira (23), Maíra disse não acreditar no que ela classificou como conversa de gabinete. "Não acredito que alguma coisa mude com essa reunião."
O protesto
Por volta das 17h50, cerca de 30 manifestantes iniciaram o protesto na Praça Rocha Pombo em direção à Avenida São Paulo. Em meio ao grupo, cerca de cinco pessoas estavam com os rostos cobertos com máscaras e panos e carregavam uma réplica de papelão de um ônibus.
Por volta das 18h10, os manifestantes estavam na Rua Espírito Santo e caminhavam em direção à Avenida Higienópolis. Até o mesmo horário, não foi registrada a presença de policiais ou agentes de trânsito da CMTU.
Cinco minutos depois, os manifestantes atearam fogo em sacos de lixo reciclável e em pneus no cruzamento da Rua Espírito Santo com a Avenida Higienópolis para impedir o trânsito no local. Em seguida, colocaram fogo no lixo nos cruzamentos da Avenida Higienópolis com a Rua Alagoas e com a Avenida JK.
No cruzamento com a JK, um morador iniciou um bate-boca com os manifestantes. "Vocês não têm mais o que fazer?", questionou aos gritos.
Por volta das 18h30, no cruzamento das avenidas Higienópolis e JK os manifestantes pararam dois ônibus sem passageiros e esvaziaram os pneus dos veículos. Em seguida, manifestantes utilizaram pedras para riscar a lataria dos ônibus.
Até o mesmo horário o trânsito no local estava completamente interrompido, o que gerou indignação dos motoristas que buzinavam contra os manifestantes. Não havia policiais ou agentes da CMTU para organizar o trânsito no cruzamento.
Às 18h45 os manifestantes começaram a jogar pedras e quebraram os vidros de emergência dos ônibus. Mesmo assim, o motorista da linha 315, Darci Servoli, permaneceu no interior do veículo e disse que não iria sair por medo de que os manifestantes depredassem completamente o ônibus. Os manifestantes chegaram a pichar símbolos em alusão ao Anarquismo nos veículos. Em seguida, o protesto seguiu pela Avenida JK em direção à CMTU.
No entanto, os manifestantes não pararam em frente à companhia como havia sido decidido inicialmente. O gerente de Trânsito da CMTU, Wilson de Jesus, disse que até as 19h10 os manifestantes não haviam procurado representantes da companhia para dialogar.
Ao invés de protestar em frente à CMTU, o grupo seguiu pela Rua Professor João Cândido, acompanhados de agentes de trânsito da CMTU. "Estamos acompanhando a manifestação para interromper e liberar o trânsito ao longo do protesto adequadamente", disse Jesus.
O gerente de Trânsito informou que até as 19h10, o Terminal Urbano permanecia fechado por conta do protesto. "Estamos aguardando a liberação total das vias de acesso ao terminal para que as atividades no local sejam retomadas."
No início da noite, integrantes do movimento Passe Livre e manifestantes mascarados iniciaram uma discussão. O Passe Livre questionava os focos de incêndio e a depredação de ônibus provocados pelos mascarados. Por conta disso, apesar de seguir pelo mesmo trajeto, os manifestantes seguiam pelas ruas do centro em grupos visivelmente separados.
O protesto terminou por volta das 19h40 em frente à Concha Acústica, no centro da cidade. Até este horário, não havia informações sobre presos durante as manifestações.
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