Para a alegria de uns e desespero de outros, o horário de verão chega ao fim à zero hora do próximo domingo (21). Gostando ou não, o fato é de que todos terão “uma hora a mais” de fim de semana, o que pode significar um pouquinho a mais de folga, ou de festa, para alguns brasileiros – a hora extra, na verdade, representa uma “devolução” daquela retirada em outubro, quando o horário diferenciado começou.
Quem vive nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil deve atrasar os relógios em uma hora quando der zero hora deste domingo e irá“retornar” para as 23h de sábado (20).
Tiveram mudança de horário os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
O horário é adotado como uma medida para redução do consumo de energia, já que durante o verão, adiantando o relógio, os estados teriam um pouco a mais de sol e, portanto, acenderiam as luzes mais tarde. A expectativa do governo era economizar R$ 7 bilhões, que representaria o valor a ser investido no sistema elétrico para atender a um consumo maior.
Primeira adoção no Brasil
O horário de verão foi instituído no Brasil pela primeira vez em 1931, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas. Na ocasião, a mudança no horário perdurou por quase seis meses, de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932, tendo ocorrido pelo mesmo período no ano seguinte e atingindo todo o território nacional.
Depois dessa primeira experiência, o horário diferenciado nos meses mais quentes do ano só ressurgiu em 1949, sendo que até a década de 80 ele ocorreu de forma irregular, dando as caras em alguns anos e desaparecendo por muitos outros. Desde 1985, porém, segue firme e forte no calendário nacional, mas com período de vigência menor do que era adotado nos primórdios, com duração média de 120 dias.
Por que Norte e Nordeste não adotam?
Diferentemente do que ocorreu nas primeiras “edições” do horário de verão em solo brasileiro, quando todo o país foi atingido, atualmente os estados do Norte e do Nordeste do Brasil não precisam adiantar seus relógios em meados de outubro. Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, isso ocorre porque o horário de verão é mais eficaz nos estados mais distantes da Linha do Equador, onde a diferença de luminosidade entre os dias de verão e de inverno tem maior intensidade.
Nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, portanto, os dias de verão são mais longos do que no Norte e no Nordeste, havendo a possibilidade de estimular os profissionais a encerrar suas atividades com a luz do sol ainda presente, o que evitaria o acionamento da iluminação noturna.
O horário de verão pioneiro
De acordo com o ministério, não existe consenso a respeito da origem do horário de verão, embora estudos afirmem que o norte-americano Benjamin Franklin, em 1784, teria sido a primeira pessoa a propor sua adoção, ao perceber que durante alguns meses do ano o sol nascia antes mesmo de as pessoas se levantarem.
O primeiro registro de adoção do horário, porém, ocorreu mais de um século depois, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, quando os alemães perceberam que adiantar o relógio em uma hora, para atrasá-lo posteriormente, resultaria em uma economia de energia significativa – ponto importante em tempos de guerra.
Colaboraram: Getúlio Xavier e Mariana Balan
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