Terra Nova ganha prêmio internacional

Uma nova metodologia para dar celeridade à regularização fundiária rendeu à empresa paranaense Terra Nova o prêmio Changemakers, organizado pela Ashoka, instituição internacional que apoia o empreendedorismo social. Além dela, receberão o prêmio iniciativas norte-americanas na Colômbia e na Índia. Os nomes dos três vencedores foram divulgados ontem, mas a data de entrega dos títulos ainda não está marcada. A Terra Nova foi a única empresa brasileira a chegar à semifinal do concurso e concorreu com cerca de 200 projetos de 47 países. As três ganharão, cada uma, US$ 50 mil (cerca de R$ 83,6 mil).

"Vamos investir na expansão da empresa para conseguirmos levar benefícios para mais famílias", afirma o diretor-presidente da Terra Nova, André Albuquerque. O papel da empresa é conciliar as negociações entre as famílias que vivem irregularmente em ocupações e os proprietários de terras que entraram com o pedido de reintegração de posse. Dessa forma, a Terra Nova atua em uma área que o poder público não conseguiu estar presente de maneira satisfatória.

Ao atuar como mediadora e conseguir fazer com que ambas as partes entrem em um consenso, a Terra Nova leva um contrato para ser homologado pela Justiça. Isto encerra o pedido de reintegração de posse e dá direito aos ocupantes de ficar com o título da propriedade após finalizar o pagamento acordado, que costuma ser parcelado em até 10 anos. Pelo serviço, a empresa cobra de 20% a 40% do valor da negociação. "Fazemos cumprir as etapas de regularização territorial que muitas vezes podem demorar mais de 20 anos. Com o acordo, o prazo se reduz a um mês ou até um ano.", diz. Para Albu­quer­que, o prêmio é o reconhecimento do trabalho da empresa, que visa a transformação social.

Premiações

Outra vencedora foi a Red Tierras, uma empresa dos Estados Unidos que atua na Colômbia para ajudar a resolver conflitos territoriais, a reforma agrária e principalmente o direito territorial das comunidades étnicas. O terceiro premiado foi projeto A Family of One’s Own, de autoria de uma empresa norte-americana que atua nos conflitos de terra na Índia. Há mais de 30 anos, indianas brigam pela posse de terra no país. A iniciativa vencedora consiste em ajudar mulheres solteiras a se unirem para terem direito a terra e conquistarem estabilidade econômica.