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Território dos EUA tem primeira morte por zika

 | Raul Santana/Fiocruz Imagens
(Foto: Raul Santana/Fiocruz Imagens)

Os EUA tiveram a primeira morte ligada ao vírus da zika, anunciaram nesta sexta (29) autoridades americanas de saúde. A vítima é um homem de cerca de 70 anos que morreu em fevereiro em Porto Rico, que faz parte do território americano.

De acordo com o Centro de Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA, o homem teve hemorragia interna como resultado de uma reação imunológica rara ao vírus da zika. O paciente morreu após um caso severo de trombocitopenia, que é a queda no número de plaquetas no sangue.

Embora as mortes ligadas ao vírus do zika sejam raras, o CDC alertou que o primeiro caso nos EUA ressalta mais uma face do perigo.

“Isso mostra que, assim como nos casos de síndrome de Guillain-Barré, podem ocorrer graves manifestações em consequência da infecção com o vírus da zika”, disse à rede NBC o epidemiologista Tyler Sharp, do CDC em Porto Rico. Em casos envolvendo o zika, disse ele, as pessoas desenvolvem anticorpos à infecção e então os anticorpos “se dirigem às plaquetas, que são destruídas, aumentando a hemorragia”.

Segundo Sharp “a doença foi resolvida”, mas logo depois o homem começou a ter hemorragias. Foi internado e morreu em 24 horas.

O CDC alertou para o aumento de casos de zika em Porto Rico, que chegam a 683. Desses, 89 são mulheres grávidas. No território continental dos EUA, foram registrados 426 casos, todos de viajantes que voltavam de países da América Latina com surtos de zika.

O vírus é motivo de grande preocupação nos EUA, a ponto de afetar a imagem do Brasil. A associação mais imediata ao país hoje entre os americanos é o zika, principalmente com a proximidade das Olimpíadas, às quais muitos planejam assistir ao vivo. Mulheres grávidas ou pretendendo engravidar são aconselhadas a evitar o Brasil e vários outros países da região. Em sua página na internet, o CDC tem uma longa lista de recomendações aos americanos que irão aos jogos.

ZIKA E MICROCEFALIA

Há duas semanas, a agência concluiu que o vírus da zika causa microcefalia e outros graves defeitos nos cérebros de bebês, aumentando a preocupação.

Sem obter a aprovação do Congresso para a verba de emergência de US 1,9 bilhão (R$ 6,5 bilhões) que pediu para o combate ao zika, o governo do presidente Barack Obama teve que redirecionar recursos de outros programas.

O FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA) aprovou o primeiro teste comercial de zika, que deve estar disponível já na próxima semana. A expectativa é que o novo teste amplie o número de pacientes diagnosticados e acelere os resultados.

A doença é assunto constante no noticiário americano, dominado pela corrida presidencial. A ex-chanceler Hillary Clinton, provável candidata do Partido Democrata nas eleições presidenciais de novembro, afirmou que o vírus da zika é “uma ameaça grave e urgente” aos EUA. Em resposta ao portal de internet Quora, Hillary contou que enviou dois assessores a Porto Rico para avaliar a gravidade do problema.

“Uma coisa ficou clara das suas discussões com autoridades de saúde”, disse Hillary. “Precisamos de mais recursos para frear a propagação dessa doença”.

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