Curitiba A criação de filhos em um ambiente familiar desestruturado e liderado somente pela mãe tem grande influência no aumento da violência urbana. A gravidez indesejada, principalmente ocorrida durante a adolescência, seria uma das principais causas do crescimento da criminalidade, sendo até mais importante do que a desigualdade econômica e social. A conclusão é do economista Gabriel Hartung, que está finalizando sua tese de doutorado na Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A tese relaciona a gravidez indesejada aos índices de violência do estado de São Paulo.
Durante sua pesquisa, Hartung analisou dados demográficos e econômicos de 643 dos 645 municípios paulistas e verificou que uma queda no número de filhos criados por mães solteiras teria um resultado melhor na redução da taxa de homicídios do estado do que uma aceleração no crescimento econômico na redução da taxa de homicídios. "O meu estudo é uma evidência de que a gravidez indesejada aumenta o crime", explica o economista.
No Paraná, ainda não existe qualquer estudo parecido com o de Hartung. A Secretaria Estadual de Saúde possui somente dados parciais sobre o número de nascimentos no estado em 2006. A Região metropolitana de Curitiba seria o principal foco de casos de gravidez na adolescência. Foram registrados 367 nascimentos de bebês gerados por meninas entre 10 e 14 anos, e 8.753 de adolescentes entre 15 e 19 anos que se tornaram mães no ano passado. Ponta Grossa e Londrina seguem a região, mostrando que nem sempre a quantidade de adolescentes grávidas está diretamente ligada ao número de habitantes da cidade.
O médico Hélvio Bertolozzi Soares, técnico da Coordenação da Redução da Mortalidade Materna da Secretaria Estadual de Saúde, alerta para alguns aspectos não mencionados na pesquisa de Hartung. O obstetra ressalta que, mesmo se a gravidez for indesejada, adolescentes com alto nível socioeconômico não fazem parte dessa realidade de geração de violência. De acordo com Soares, adolescentes de classes baixas que ficam grávidas sem querer têm maior propensão a desenvolver problemas como distúrbios psicológicos, doenças durante a gravidez e nascimentos prematuros. Esses elementos podem ter conseqüências para a desestabilização familiar e conseqüente envolvimento das crianças com a criminalidade, como aponta Hartung.
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