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Painel

Testamento

Enquanto limpa as gavetas no Ministério da Justiça, Márcio Thomaz Bastos tenta, discretamente, influir na própria sucessão. Dias atrás, disse que "o futuro a Sepúlveda pertence", externando o desejo de ver o ex-presidente do Supremo sentado em seu lugar. A amigos, confidencia que não se sentiria confortável de passar o bastão a um petista. Enxerga risco de aparelhamento da Polícia Federal, da Funai e do Cade, órgãos abrigados sob o guarda-chuva da pasta. O ministro não chega ao ponto de bombardear o colega Tarso Genro, mas suas preocupações são uma pedra no caminho do articulador político do governo, cujo sonho de Natal é ganhar a cadeira de MTB

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Na muda – Adulado por Márcio Thomaz Bastos, Sepúlveda Pertence insiste em dizer, para quem pergunta, que nem pensa em ir para o Executivo. "Estou velho! Pelo amor de Deus!", desconversa. Porteira fechada – Confiante em suas chances de permanecer no cargo, Márcio Fortes (PP) tem enviado sinais ameaçadores aos petistas instalados nos escalões inferiores do Ministério das Cidades. Planeja varrê-los dali no segundo mandato. Enxaqueca – No mesmo dia da entrevista em que disparou contra tudo e todos, o ex-ministro Ciro Gomes deixou perplexos seus colegas do PSB ao entrar mudo e sair calado de uma reunião partidária. Alhures – Uma das mudanças na legislação em estudo no governo estabelece a possibilidade de oferecer compensação por prejuízos ambientais em área diferente daquela onde a obra foi realizada. Mau olhado – Anda dura a vida do CNJ. Não bastasse a gritaria dos desembargadores contra a determinação de cortar salários, o conselho teve uma licitação para a contratação de técnicos em informática barrada pela Justiça. Pista livre – Em campanha por uma vaga no TCU, Osmar Serraglio (PR) torce para que a escolha ocorra só em 2007. Como é o único dos postulantes que conseguiu se reeleger, faria campanha sozinho. Conta-gotas – Serraglio insiste em que todos sejam sabatinados pela Comissão de Finanças antes da votação em plenário. Aliados apresentaram questão de ordem para que a Câmara vote antes a indicação de Luiz Otávio para o TCU, parada desde 2004.

Tô fora – A idéia de uma chapa Serra-Aécio não é levada a sério pelo governador de Minas. A amigos, ele já disse que, se o PSDB optar por Serra, seu caminho natural é o Senado. Vida ou morte – Um tucano eqüidistante dos planetas Serra e Alckmin acha que dificilmente o primeiro conseguirá evitar a candidatura do segundo a prefeito em 2008. "É cartada única para o Geraldo. Se perder, vira Fleury." Pior – Ouvidas as demandas da Assembléia paulista, a equipe de Serra concluiu que o Legislativo estadual está mais mal acostumado do que a Câmara à época em que o tucano assumiu a prefeitura. Engorda – Não é só no ministério de Lula. Também no secretariado de Serra as vagas são insuficientes para atender a demanda. Já existe quem fale em criar mais uma pasta. Espelho – Clarissa Matheus (PMDB) estuda concorrer à Prefeitura de Nova Iguaçu. A eventual disputa entre a filha de Garotinho e Lindberg Farias (PT) já foi batizada de "duelo dos lindinhos". Azedou – Depois de dois anos quase sem oposição, Luizianne Lins (PT) começou a apanhar da Câmara em Fortaleza. O algoz é ninguém menos que seu ex-marido, Sérgio Novaes (PSB), para quem a prefeitura está "emperrada".TIROTEIO

*Do deputado eleito Sílvio Torres (PSDB-SP) sobre a resposta de Marco Aurélio Garcia a um repórter que tentou ouvi-lo sobre o débito de R$ 40 milhões do PT. O presidente do partido disse: "nem é tanto assim, é uma dívida normal, como a que você tem no cartão de crédito".

– Ele só pode estar se referindo aos cartões corporativos da Presidência da República.

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