A necessidade de teste em massa do novo coronavírus é um dos poucos tópicos em que o presidente Jair Bolsonaro está de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas, por enquanto, o Brasil testou menos de 0,1% de sua população, segundo dados do Ministério da Saúde. Até a segunda-feira (20), haviam sido realizados 132 mil testes no país.
As dificuldades para a testagem em massa no país vão além de sua grande população e de seu território de dimensão continental. A escassez de testes e, principalmente, a baixa capacidade de processar os que são feitos do tipo RT-PCR são os maiores entraves.
Ainda assim, a intenção do governo é expandir rapidamente a testagem nas próximas semanas e chegar talvez, a cerca de 10% da população brasileira.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, prometia 22,9 milhões de testes do coronavírus no Brasil e, desde que Nelson Teich assumiu a pasta, a meta subiu para 46,2 milhões de exames. Mas, até agora, o número de kits para testes enviados aos estados pelo governo federal é de pouco mais de 2 milhões.
Saúde não quer teste de toda a população, mas definir políticas com base em amostra
O ministro Nelson Teich já explicou que a testagem em massa defendida por sua pasta “não significa testar a população toda”. A ideia é usar os testes realizados como amostragem para entender melhor a expansão do coronavírus e, a partir disso, definir estratégias.
O objetivo dos testes, conforme o Ministério da Saúde tem reiterado, não é tanto o de evitar o contágio individual, mas principalmente o de apoiar com dados a definição de políticas de combate à pandemia.
Processar testes será maior dificuldade
O desafio maior do Brasil não será a falta de kits para testes, mas a capacidade de processar os do tipo molecular ou RT-PCR. O Ministério da Saúde vem dizendo há algumas semanas que o Brasil precisaria fazer de 30 mil a 50 mil testes por dia no período de pico do coronavírus, mas o Brasil tem, hoje, capacidade para processar cerca de 10 mil testes diários.
A busca de parceria com redes privadas de laboratórios tem sido a aposta para aumentar essa capacidade. Na quarta-feira (22), o governo anunciou que fez um contrato com o Grupo Dasa e espera ser capaz de processar mais 30 mil testes por dia. A Coreia do Sul, considerada um modelo na testagem em massa, realiza de 10 a 15 mil testes diários.
Técnicos da pasta dizem que mesmo com maior capacidade de processamento no Brasil, há dificuldade para encontrar exames confiáveis no mercado. Outro ponto que dificulta a entrega é o atraso da Fiocruz na produção.
Grupos e locais prioritários para o teste
Em abril, o Ministério da Saúde revelou os critérios para a distribuição dos testes e os grupos prioritários para a testagem em massa. Segundo a pasta, deverão ser feitos prioritariamente com profissionais de postos de saúde, serviços de urgência, emergência e internação, além de trabalhadores da área de segurança pública e dos contatos mais próximos desse público.
A ampliação da testagem para outros grupos, segundo o Ministério da Saúde, “depende da dinâmica da pandemia no Brasil e da capacidade operacional dos serviços de saúde, conforme aquisições e doações de testes”.
O governo federal distribuirá os testes aos estados levando em conta critérios como o número de casos confirmados no estado e o total de trabalhadores de saúde e de segurança pública.
Testagem drive-thru já está sendo feita em capitais brasileiras
Para agilizar o teste em massa, algumas capitais têm adotado o esquema drive-thru, em que os cidadãos podem fazer o exame sem sair de seus carros. Florianópolis, Cuiabá e Brasília, por exemplo, já adotaram essa estratégia.
O governo do Distrito Federal, que começou a aplicar esse esquema na terça-feira (21), quer chegar a 450 mil exames até maio, segundo o governador do Ibaneis Rocha (MDB). A primeira fase dos testes terá 100 mil exames.
Nesses testes, os passageiros têm suas temperaturas medidas com câmeras térmicas. Só quem apresenta febre é selecionado para realizar o exame até o fim.
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