O professor de matemática Lívio Celso Pini, de 55 anos, disse à polícia que aplicou problemas com assuntos relacionados à criminalidade a alunos da Escola Estadual João Octávio dos Santos, em Santos (SP), para que os estudantes refletissem e discutissem o tema posteriormente em sala de aula.
Pini prestou depoimento nesta quarta-feira (24) na Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Santos, que instaurou inquérito para apurar se o professor cometeu "apologia ao crime" ao aplicar recentemente um exercício com seis questões aos alunos de uma classe do 1º ano do Ensino Médio da escola que fica no Morro do São Bento, periferia da cidade. Os problemas abordam tráfico de entorpecentes, prostituição, roubo de veículos, assassinato e uso de armas de fogo.
O Delegado da DISE, Francisco Garrido Fernandes, disse que Pini afirmou que as perguntas foram retiradas de um site da internet e que já havia aplicado o mesmo teste no ano anterior. "Ele disse que a finalidade era fazer uma reflexão entre os alunos sobre os temas tratados e posteriormente, em cima dessa reflexão ia ser discutido na classe".
Segundo Garrido, o professor disse ainda que pretendia obter aprovação da direção da escola para orientar os alunos a fazerem cartazes educativos de antiviolência baseados nas questões para serem colocados no mural do colégio.
O professor escondeu o rosto ao deixar a delegacia e não quis falar com a imprensa. O advogado do professor, Thiago Serralva Huber, disse que seu cliente está "muito abalado" e "sob o efeito de medicação". "Ele está tomando medicação para se acalmar haja vista a vida dele ter se transformado em um martírio desde que o caso veio à tona", disse Huber, contando que não sabe se Pini está arrependido de ter aplicado tal teste.
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