O soldado da Polícia Militar Adson Nunes da Silva, testemunha que prestou depoimento em defesa do ajudante de pedreiro Amarildo Souza - desaparecido desde julho de 2013, foi assassinado com um tiro na cabeça na tarde de sábado (7) em Mesquita, Baixada Fluminense. A promotora Carmen Eliza de Carvalho, no entanto, disse à reportagem que não acredita haver relação entre os casos.
O policial ainda foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Mesquita, mas não resistiu ao ferimento. Até a tarde desta terça (10), não havia informações sobre a autoria do crime.
Em 14 de julho de 2013, Amarildo Souza teria sido levado por PMs para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, em São Conrado, zona sul carioca, onde teria sido torturado e possivelmente morto. A decisão do julgamento do caso deve sair ainda neste semestre.
Carmen Eliza Carvalho atua no caso Amarildo desde o início das investigações. Segundo a promotora, Adson Nunes só prestou depoimento na Divisão de Homicídios do Rio, no dia 16 de agosto de 2013, em defesa do ajudante de pedreiro, mas sequer foi chamado para falar do crime em juízo.
À polícia, o soldado disse “que conhecia Amarildo, o Boi, como morador da parte baixa [da Rocinha], nunca tendo ouvido qualquer comentário do tráfico de entorpecentes sobre ele”.
Nunes, como era conhecido, afirmou ainda “não haver qualquer elemento trazido pela ação controlada [investigação] no sentido de Boi ou Bete participarem de qualquer forma do tráfico. Disse que Bete era por todos conhecida por ser uma pessoa que não raro fazia escândalos, mas jamais tomou conhecimento de qualquer relação dela com o tráfico”.
Na ocasião do sumiço de Amarildo, Nunes trabalhava na UPP Rocinha e chegou a integrar a equipe de Douglas Roberto Vital Machado, conhecido pelo apelido Cara de Macaco. Machado foi denunciado nas investigações como o responsável por capturar o morador dentro de um bar da comunidade e levá-lo a suposta sessão de tortura na sede da unidade pacificadora.
Ao afirmar em depoimento que conhecia Amarildo e nunca havia ouvido falar do envolvimento dele com o tráfico, Nunes contradiz Machado, que diz desconhecer o morador. A reportagem tentou localizar a defesa de Douglas Machado, que aguarda - preso no Batalhão Especial Prisional de PMs - a decisão da Justiça, mas ninguém foi encontrado.
Nunes também trabalhou infiltrado no tráfico da Rocinha para colaborar na operação “Paz Armada”, um mês antes do desaparecimento de Amarildo. Ele e Machado foram denunciados pelo Ministério Público em dois casos de tortura - um deles do ajudante de pedreiro Amarildo Souza. O policial, que trabalhava atualmente na Coordenadoria de Inteligência da PM, respondia em liberdade porque não teve participação direta no crime.
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