Uma testemunha reconheceu Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 28 anos, o Cadu, na cena do latrocínio que vitimou Matheus Pinheiro de Morais, 21 anos, no domingo (31), em Goiânia.
Cadu é assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele e, agora, é suspeito de participar de dois latrocínios (roubo seguido de morte), em Goiânia, na última semana. Esquizofrênico, Cadu foi considerado inimputável pelo assassinato do cartunista e do filho, cometido em 2010, e fazia tratamento em liberdade.
"Já não tenho dúvida do envolvimento dele com o latrocínio de domingo", disse o delegado Thiago Damasceno Ribeiro. O reconhecimento das testemunhas foi feito nesta quarta-feira (3). Até então, o indício mais forte da participação de Cadu nesse latrocínio era o fato de ele estar conduzindo o carro roubado do estudante quando foi preso, na segunda-feira (1º).
Ele nega ter cometido o assassinato e diz que recebeu dinheiro para transportar o carro. Junto com Cadu, foi preso também Ricardo Pimenta de Andrade Júnior, que conduzia o carro roubado no outro latrocínio, na quinta-feira (28). Esse carro aparece no vídeo que registra o latrocínio de domingo (31).
Segundo o delegado, na filmagem, o carro aguarda para "dar fuga" aos assaltantes que roubaram o Honda Fit de Matheus.O vídeo mostra Matheus correndo até a portaria do prédio onde estava deixando a namorada. Ele já havia sido baleado. Segundo o delegado, Matheus morreu "do lado de dentro do prédio".
Outras testemunhas do latrocínio de domingo e da tentativa de latrocínio de quinta-feira (28) devem ser ouvidas nesta quarta (3).
Na quinta (28), a vítima foi Marcos Vinícius Lemes da Abadia, 45 anos, que foi baleado e segue internado em estado grave.A polícia investiga a participação de Ricardo Pimenta de Andrade Júnior nos dois latrocínios, diz Ribeiro. De acordo com a polícia, o suspeito declarou ter cumprido pena em Minas Gerais por tráfico de drogas.
Prisão
Cadu deveria ser transferido da carceragem da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios para a Casa de Prisão Provisória de Goiânia nesta quarta-feira (3). Entretanto, segundo o delegado, a transferência só deverá acontecer após a conclusão do reconhecimento das testemunhas, na delegacia.
Em 2011, após confessar ter matado o cartunista Glauco e o filho dele, a Justiça o considerou inimputável por ser esquizofrênico. Cadu ficou internado em São Paulo e foi transferido para uma clínica de Goiânia, em 2012, para ficar próximo do pai.
Em 2013, a juíza Telma Aparecida Alves autorizou que seguisse o tratamento em liberdade, com base em parecer favorável de uma junta médica do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili).
Segundo o Paili, Cadu era atendido periodicamente por psicólogos e psiquiatras. Os relatórios dos atendimentos, segundo o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, mostravam o quadro de esquizofrenia estabilizado.
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