A Justiça começou a ouvir nesta sexta-feira (5) as testemunhas de acusação ligadas às prisões de integrantes de uma da quadrilha de skinheads, intitulada "Frente Anti-Caos", responsável por espalhar em Curitiba, em setembro do ano passado, adesivos preconceituosos contra homossexuais e negros. O grupo também é acusado de ter agredido dois homossexuais.
A audiência está sendo realizada no auditório da auditoria militar, no Fórum Criminal, desde as 13h30. A responsável pelo processo é a juíza da 9.ª Vara, Ana Lucia Lourenço.
No dia 26 de setembro de 2005, policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prenderam onze pessoas de um grupo skinhead. Eles são acusados de tentativa de homicídio, espancamentos e de cometer diversas agressões contra judeus, negros e homossexuais em Curitiba. De acordo com polícia, o grupo freqüentava e agia na rua 24 horas e no Largo da Ordem.
Entre os presos, estão Eduardo Toniolo Del Segue, conhecido como 'Brasil', professor de jiu-jitsu e sua mulher, Edwiges Francis Barroso. 'Brasil' é acusado de ser líder da quadrilha. No porão da casa do casal, foram encontradas uma bandeira preta, com o símbolo 88, que remete à saudação nazista "Heil Hitler", já que a letra "h" é a oitava do alfabeto, cópias de um cd de músicas com mensagens nazistas, além de fitas de vídeo e fotos do casal preso em meio a grupos de skinheads.
Segundo o Ministério Público, também são responsáveis pelo espancamentos Bruno Paese Fadel, Raul Astutte Filho, Drahomiro Michel Romanowski Carvalho ("Gavião"), Anderson Marondes de Souza e André Lipnharski ("Pinduka").
Cartazes racistas
Em setembro setembro do ano passado, diversos adesivos que traziam a mensagem "Mistura racial? Não, Obrigado!" e tinham a assinatura "Orgulho Branco" foram espalhados pela cidade. No mesmo dia em que foram colados os adesivos de racismo, foram espalhados também adesivos contra o homossexualismo, com mensagens como "Homossexuais afrontam a natureza" e "Homossexuais molestam crianças", assinados pelo grupo "Frente Anti-Caos".
Entre os materiais apreendidos como o grupo, um gibi chamou a atenção dos policiais. Feito por um dos integrantes do grupo, o material "ressuscita" Hitler que lidera um grupo de skinheads para matar negros. No gibi, frases preconceituosas que explicitam a ideologia nazista de purificação da raça ariana como: "queremos apenas a preservação da nossa raça e não a destruição das outras, mas se esse for o único modo, assim faremos, para a continuação da doutrina de Adolf Hitler".