Testemunhas de defesa e de acusação do processo que investiga a morte de um casal de namorados durante uma festa neonazista em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, foram ouvidas nesta sexta-feira (11), no Fórum de Campina Grande do Sul. Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e a namorada dele, Renata Waechter, 21 anos, foram mortos no ano passado, na saída de uma comemoração em homenagem aos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Esta foi a primeira audiência de instrução do caso.

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No período da manhã, foram ouvidas três testemunhas de acusação. Outras três foram dispensadas. À tarde, prestaram depoimento cinco testemunhas de defesa do economista paulista Ricardo Barollo, acusado de ser o mandante do crime. Outras seis pessoas – também convocadas pela defesa - faltaram à audiência e serão ouvidas em 9 de julho. Além disso, outras testemunhas da defesa serão ouvidas em São Paulo, por meio de carta precatória.

Segundo a polícia, a motivação do duplo homicídio foi a disputa pela liderança de um grupo de orientação neonazista. Barollo responde ao processo em liberdade.

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Somente depois que todas as testemunhas forem ouvidas é que a Justiça irá convocar o economista para depor. Segundo o promotor Octacílio Sacerdote Filho, o interrogatório dos acusados deva acontecer ainda este ano, mas o julgamento não.

A juíza Paula Haddad Figueira não permitiu que a reportagem acompanhasse a audiência pela dificuldade de espaço físico da sala do fórum, ocupada com os advogados dos acusados e os próprios acusados. Barollo foi representando por três dos profissionais. Um dos acusados, João Guilherme Correa, não compareceu alegando doença.

Crime

O assassinato ocorreu em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, no dia 21 de abril de 2009.

Além de Barollo, acusado de determinar o assassinato, outras cinco pessoas são acusadas de participação no crime: Rosana Almeida, 22 anos, Jairo Maciel Fischer, 21, Gustavo Wendler, 21, Rodrigo Motta, 19, João Guilherme Correa, 18.

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Segundo as investigações, os dois universitários foram atraídos para uma emboscada por Rosana, que afirmou que estava passando mal e pediu carona para voltar para Curitiba. Correa, Motta e Fischer teriam seguido o casal em um outro veículo. E quando já estavam retornando para a festa, Wendler (que também estava no carro junto com o casal) pediu que parassem no acostamento e Bernardo e Renata foram obrigados a descer do carro.

Os dois universitários foram assassinados com tiros na cabeça por Correa e Fischer –que seguiam no veículo de trás. Logo após o crime, os acusados teriam ligado para Barollo, que estava em São Paulo, afirmando que a "missão" havia sido cumprida e pedindo que um advogado fosse contratado, caso a autoria do assassinato fosse descoberta.

A polícia apreendeu material de ideologia neonazista com os acusados, em maio de 2009, em São Paulo, Joinville (SC), Laguna (SC) e Teotônia (RS). Foram apreendidos computadores, fotos, pendrives, bandeiras, publicações, e também documentos relativos à criação de um país independente, com constituição e legislação baseada na doutrina nazista.