Pacote antiapagão aéreo
Plano autoriza que aviões voem mais próximos
Agência Estado
Mais aviões estão no ar ao mesmo tempo no Brasil. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) informou ontem que a distância mínima entre aeronaves passou de 10 milhas náuticas para 5 (9.260 metros). A medida permite, por exemplo, que 80 aviões voem simultaneamente no espaço aéreo de São Paulo. Antes, a média era de 65.
A nova distância foi apresentada ontem pelo Decea como parte de um pacote antiapagão aéreo do governo federal e será ampliada progressivamente até chegar ao novo limite estabelecido. Especialistas garantem que, além de necessária, a medida é segura e está prevista pelas normas da Associação Internacional da Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês). "Isso mostra que o Brasil entendeu a alta demanda por melhorias na aviação e está se aperfeiçoando nos procedimentos de tráfego aéreo", afirma o piloto e coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Estácio de Sá, Marcus Reis.
O Decea diz que a redução foi possível por causa dos avanços na tecnologia de navegação aérea, que hoje trabalha com margem de erro bem menor do que há alguns anos. "Por enquanto, é uma medida necessária nas regiões de tráfego aéreo mais intenso, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e estados do Sul. Queremos dobrar a capacidade de controle de tráfego aéreo nesses locais até 2012", diz o tenente-brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor-geral do Decea.
O número de aviões simultaneamente no ar já havia sido ampliado em 2005 com a redução da distância vertical entre aeronaves de 2 mil pés para mil pés. "Os equipamentos vêm melhorando muito, tanto nos aviões como em solo. É um ganho para a segurança de voo no Brasil", diz Roberto Peterka.
Enquanto o governo federal anunciava medidas antiapagão aéreo e confirmava para o dia 20 a data de abertura do novo Terminal Remoto do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, a obra literalmente desabava. Parte do teto do terminal em construção caiu, deixando dois funcionários levemente feridos. A empreiteira Delta, contratada por R$ 86 milhões pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), não explicou o motivo do acidente e diz que a data de inauguração vai ser "reavaliada".
O desabamento aconteceu entre 13h30 e 14h de ontem, quando o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt e os presidentes da Infraero, Gustavo do Valle, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, estavam no auditório do aeroporto falando sobre melhorias nas operações de fim de ano Todos foram embora antes que a notícia sobre o acidente se espalhasse. A Infraero diz que a responsabilidade sobre o fato é toda da Delta Construções que lidera o ranking de empresas que mais receberam recursos da União nos últimos cinco anos.
Em nota, a Delta disse que o problema aconteceu na estrutura auxiliar de sustentação dos dutos de ar-condicionado e os operários feridos já foram liberados, após receberem atendimento da equipe médica do aeroporto e dos bombeiros. A empresa informou também que a situação na obra foi normalizada.
Trabalhadores ouvidos pela reportagem afirmam, no entanto, que faziam tudo "com pressa". O prazo oficial dado pela Infraero para a Delta deixar o Terminal Remoto pronto era janeiro, mas o governo exigiu da construtora que deixasse o espaço "operacional" ou seja, pronto para funcionar até o dia 20 deste mês. Assim, Cumbica ganharia espaço para mais 5,5 milhões de passageiros por ano, aumentando em quase 30% a capacidade do aeroporto.
Interrupção
Tanto o Ministério Público Federal (MPF) como o Tribunal de Contas da União (TCU) já haviam questionado a obra, que chegou a ser interrompida por quase dois dias em setembro, menos de dois meses depois de ter começado.
Se fosse entregue no dia 20, seria um terminal inteiro construído em apenas cinco meses. Em agosto, a Infraero entregou outra extensão em Cumbica uma sala de embarque com capacidade para 1,2 milhão de passageiros por ano, construída em quatro meses.
O Terminal Remoto fica a quase 2 quilômetros de distância dos outros terminais e terá entrada independente. Está sendo construído na área de cargas, onde ficava o antigo galpão da Vasp, com 12,2 mil m². Na prática, é o terceiro terminal de Cumbica oficialmente, o Terminal 3 propriamente dito está em fase de terraplenagem.
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