A revista The Economist publicou reportagem em seu site sobre os protestos no Brasil. Para a publicação, "uma das razões (das manifestações) certamente é o aumento da inflação, que está começando a corroer o poder de compra da grande maioria dos brasileiros, que ainda têm rendimentos modestos".

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Segundo a reportagem, as tarifas do transporte público "talvez simplesmente tenham sido escolhidos como bode expiatório" para outros aumentos de preço e a nova classe média "lutará com unhas e dentes" para não voltar à pobreza.

"Na verdade, o aumento de tarifas em São Paulo e no Rio de Janeiro nem chega perto de inflação correspondente ao longo desse período de 30 meses (sem reajuste). Mas as tarifas de ônibus estão sob controle do governo, ao contrário de outros custos que tiveram rápido aumento, como os ligados à habitação e alimentação. Talvez simplesmente tenham sido escolhidos como bode expiatório", diz a reportagem.

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A revista diz ainda que o aumento do mercado de crédito fez com que as famílias elevassem o nível de endividamento ao longo dos últimos anos. Isso teria tornado o orçamento familiar de parte da população "dolorosamente sobrecarregado", diz a reportagem.

"Mais amplamente, a classe média que o Brasil criou na última década - 40 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta, mas ainda estão a apenas um salário de cair de volta nela - está criando uma relação completamente nova com o governo. Eles veem melhorias no padrão de vida e nos direitos e lutarão com unhas e dentes para não voltar à pobreza", diz a reportagem. "E, em vez de serem gratos às migalhas que caem das mesas dos ricos brasileiros, eles acordaram para o fato de que pagam impostos e merecem algo de volta", diz a reportagem.

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