Três dos sete tigres retirados de um mantenedouro de Maringá, nesta quarta-feira (1º.), chegaram a Curitiba no fim da madrugada desta quinta-feira (2). Em jaulas separadas, os felinos foram transportados em um caminhão, que os levou até o zoológico da capital. Eles não precisaram ser sedados.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Tom e Téta (o único tigre fêmea do grupo que veio para a capital) são mais idosos e já haviam atuado em um circo. "Eles são muito reativos e estão assustados", contou o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação de Fauna da secretaria, Alexander Biondo. O casal foi trazido para o zoo de Curitiba por serem mais ariscos. Eles terão moradia provisória no recinto dos felinos selvagens.
Já o tigre mais novo, Tom Filho - que também já foi chamado de Adriel - ficará temporariamente no zoo. Com um osso fraturado e portador de claudicação (doença que atinge a circulação arterial nos membros inferiores), ele ficará em um recinto isolado, fora do acesso de visitantes, até que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) defina um novo destino para o felino.
Mantenedouro irregular
Ao todo, sete tigres foram retirados do Canil e Mantenedouro Emanuel de Maringá, no Noroeste do Paraná, em uma operação realizada pelo Ibama nesta quarta-feira (1.º). Destes, cinco nasceram no local. Dois foram para o mantenedoro depois de serem apreendidos em circos.
O espaço onde estavam os felinos, conforme o Ibama, não estava de acordo com as exigências legais. Entre as irregularidades encontradas estão a transferência de animais sem autorização, exposição não permitida dos animais para visitação, precariedade, falta de segurança nas instalações, além da reprodução dos felinos sem autorização do órgão ambiental.
Por determinação da Advocacia Geral da União (AGU), os felinos foram transportados para zoológicos. Três deles seguiram para Curitiba, dois em direção a Dois Vizinhos, no Sudoeste do Paraná e os outros dois para Sapucaia, no Rio Grande do Sul.
O dono do mantenedouro, Ary Borges da Silva, negou as acusações e disse que pretende recorrer da decisão. O imbróglio entre ele e o Ibama já vem se arrastando há anos. O Instituto já havia pedido a retirada dos animais, mas por não ter aonde enviá-los, a Justiça Federal concedeu liminar favorável ao criador, autorizando a permanência dos bichos no local. É nesse documento que Silva se ampara para reverter a retirada dos tigres de seu mantenedouro.
Canil foi fechado por aluguel de cães
No mês passado, a Prefeitura de Maringá já havia interditado o Canil Emanuel porque o proprietário alugava cães de raça para vigilância, o que é proibido pela Lei Estadual 16.101/2009.
Em nota divulgada à época, a prefeitura explicou que o canil possuía dois alvarás de funcionamento: um para comércio, adestramento, cria e recria de animais; e outro que permitia a locação de cães de raça isso antes de a lei entrar em vigor. Esse segundo alvará teria vencido no ano passado por falta de regularização ante a nova lei, sendo embargado em 20 de novembro.
Também à época, Silva negou as acusações e disse que só adestrava os cães. Além disso, ele informou que pretendia processar o município.
Vida e Cidadania | 2:27
Entre na jaula dos tigres considerada irregular pela justiça
No mês de agosto, antes da transferência dos tigres para o zoológico, a Gazeta do Povo fez um passeio pelo recinto. Sete tigres foram retirados do Canil e Mantenedouro Emanuel porque, de acordo com o Ibama, o espaço não estava adequado as exigências legais.