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Caso Tigre

Tiro que matou refém partiu da arma de policial

O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, concluiu que o tiro que matou um agricultor paranaense sequestrado no mês passado foi disparado pelo delegado gaúcho Leonel Carivali, da 1.ª De­­legacia Regional Metropo­­litana, sediada em Gravataí (RS). A informação foi divulgada ontem pelo delegado da Correge­­doria da Polícia Civil, Paulo Ro­­gério Grillo, responsável pela investigação do caso.

O agricultor Lírio Persch foi morto durante uma tentativa frustrada de resgate feita pela polícia gaúcha. Persch e outro agricultor estavam em um cativeiro em Gravataí quando o desfecho trágico ocorreu. Poli­­ciais paranaenses do grupo Tigre (Tático Integrado Grupo de Repressão Especial) – a unidade de elite antissequestro da Polícia Civil do Paraná – foram à cidade gaúcha resgatar as vítimas sem avisar às autoridades locais. Ao saber dos motivos da investida da polícia paranaense, dois delegados gaúchos es­­touraram o cativeiro e o agricultor acabou morto na operação.

Carivali será ouvido nos próximos dias pela Corregedoria para que possa apresentar a sua versão dos fatos. Todas as testemunhas já foram ouvidas e o laudo pericial também já foi feito. O inquérito policial deve ser concluído na próxima semana. "O delegado ainda não foi ouvido. Somente depois disso poderemos falar sobre a conclusão do inquérito", afirmou Grillo.

Horas antes da invasão do cativeiro, os policiais do Tigre mataram o sargento Ariel da Silva, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Ele teria sido morto ao fazer uma abordagem ao carro em que os agentes paranaenses estavam sem se identificar como policial.

Segundo depoimento, eles acharam que o sargento fazia a segurança dos bandidos, pois estava à paisana. Outro inquérito investiga como se deu a morte de Silva. Os policiais do Tigre estão presos em Curitiba. A reconstituição do crime está marcada para a próxima terça-feira.

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