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Guairaçá

Tiros em rede elétrica deixam sem- terra e quase 300 moradores sem luz

Quase 300 moradores da zona rural dos municípios de Guairaçá, na região Noroeste do estado, ficaram sem luz por quase duas horas na madrugada desta quinta-feira por ação de vândalos. A rede de energia elétrica da Copel, que passa pela fazenda Videira onde há um acampamento do Movimento dos Sem-Terra (MST), foi atingida por tiros.

O problema só foi solucionado ao meio-dia, quando o "apagão" ainda atingia 48 moradores. Os responsáveis pelo vandalismo não foram presos nem identificados pela políca.

O MST informou que alguns integrantes ouviram os disparos e um clarão, por volta da meia-noite, distante dois quilômetros do acampamento montado na sede da fazenda. O movimento afirma que a intenção dos vândalos era cortar a energia do acampamento.

A Copel informou, por meio da assessoria de imprensa, que os técnicos identificaram o problema e tentaram ir ao local fazer o conserto, mas o MST não permitiu porque queria, primeiro, registrar boletim de ocorrência na polícia ao amanhecer.

O sargento da Polícia Militar em Guairaçá, José Carlos Batista Magalhães, informou que perto do posto foram encontrados 16 estojos (cartuchos) de calibre 12 deflagrados e um intacto, além de dois projéteis de carabina calibre 357. Os policiais verificaram rastos de duas pessoas. A Copel disse que os tiros atingiram 10 isoladores, três chaves de distribuição e um cabo de 70 milímetros da rede.

Outros tiros foram disparados na fazenda Videira no dia 10 de março, quando pistoleiros tentaram expulsar os sem-terra. O bando foi preso e três integrantes do movimento ficaram feridos levemente pelos disparos.

A fazenda está ocupada desde o dia 6 de março, quando mais de 200 famílias do MST acamparam na sede da propriedade e passaram a reivindicar a área de 1.231 hectares. Outro grupo de sem-terra, o Mast, também reivindica a fazenda e mantém cerca de 50 famílias acampadas na porteira da entrada principal.

Um decreto federal de desapropriação da área foi publicado em dezembro passado, mas o dono recorreu e a decisão judicial ainda não saiu. Entretanto, uma ordem de reintegração de posse determinada pela justiça de Terra Rica espera pelo cumprimento.

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