Rio de Janeiro - A Polícia Militar do Rio realizou ontem uma operação no complexo de favelas de Senador Camará (Coreia e Vila Aliança), na zona oeste da cidade, para localizar os traficantes que tentam invadir a favela Vila Kennedy desde a madrugada de domingo. Nos confrontos entre integrantes das quadrilhas rivais, cinco pessoas foram baleadas e um morador foi espancado.
Os confrontos continuaram na manhã de ontem e interromperam o funcionamento de escolas e creches municipais da região da Vila Kennedy, o que prejudicou cerca de 13 mil estudantes. A Secretaria Estadual de Educação informou que três escolas fecharam. Já a Secretaria Municipal de Educação divulgou que quatro escolas e duas creches não abriram, outras cinco escolas funcionaram, mas os alunos não compareceram. Outras seis registraram baixa frequência.
O Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ) voltou a criticar a Prefeitura do Rio por manter algumas escolas abertas. A entidade pediu a elaboração de um plano de emergência para a transferência das aulas nos dias de confronto. De acordo com o sindicato, cerca de 2 mil escolas estão situadas em áreas de riscos no Rio.
No início da tarde, no entanto, o clima era de tranquilidade no local. O comércio estava aberto, e crianças brincavam nas praças da favela. Para impedir novas tentativas de invasão pela quadrilha que comanda o tráfico em Senador Camará, a polícia ocupou os acessos à Vila Kennedy, inclusive com o apoio de um carro blindado.
Sob anonimato, uma moradora que mora há 46 anos na Vila Kennedy disse temer novos confrontos entre as duas quadrilhas. "Minha irmã, que mora em Campo Grande [outro bairro da zona oeste], já me convidou para ficar na casa dela até os confrontos acabarem. Mas eu não saio daqui, porque senão eles [os criminosos] ocupam a minha casa", afirmou. Por volta das 15h30, seis carros da Polícia Militar dirigiram-se ao complexo de favelas de Senador Camará. Alguns tiros foram disparados na chegada dos policiais, que continuam no local.
A Polícia Civil atribuiu a invasão à Vila Kennedy aos traficantes do Terceiro Comando Puro, facção criminosa liderada por Márcio José Sabino Pereira, o "Matemático", 34 anos, que chefiaria o tráfico de drogas nas favelas Vila Aliança, Rebu, Taquaral e Sapo, na zona oeste. Condenado a 12 anos de prisão, ele foi beneficiado em abril deste ano com a progressão ao regime semiaberto, mas nunca voltou para dormir na cadeia. Ele é apontado como um dos pivôs do confronto entre quadrilhas no Complexo da Maré (zona norte), que teria feito mais de 50 vítimas, de acordo com organizações não governamentais. O Disque Denúncia oferece R$ 3 mil por informações que levem à prisão do traficante.
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