Batel Soho
Presença de bar é rechaçada por associação
O funcionamento do Bar Celebrare é visto com receio pela Associação Batel Soho, que reúne comerciantes da área de gastronomia e serviços da região, e que iniciou em 2007 um movimento de revitalização do local. De acordo com Gustavo Costa, membro da comissão de segurança da associação, o perfil do Celebrare destoa dos outros estabelecimentos.
"Todo o resto do comércio se concentra em atividades que se encerram no máximo à meia-noite. Já esse bar só abre aos sábados, fica aberto durante a madrugada e o público vem de fora. Não tem nada a ver com a vocação da região", afirma.
O proprietário do Celebrare, Liferson Nascimento, diz que há um preconceito em relação ao seu bar por ele atender pessoas das classes C, D e E e ser uma casa de pagode. "Não posso demitir meus funcionários e sair daqui depois de todo o investimento que fiz apenas porque não apreciam esse tipo de público. Estou aqui há seis anos, e a associação, há dois. Isso é uma injustiça", diz Nascimento, que afirma que faz o cadastro de todos os clientes e que vai fornecer à polícia imagens do circuito interno e da rua que posssam colaborar com as investigações.
Em menos de três horas, quatro homens foram assassinados a tiros em frente a dois bares de Curitiba, na madrugada de ontem, após desentendimentos e brigas. Um dos casos ocorreu em uma área nobre da cidade, na Praça da Espanha, no bairro Batel, por volta das 4h30. O outro crime, às 2h40, ocorreu na calçada de uma das principais avenidas da cidade, a Visconde de Guarapuava, no centro da cidade.
Vídeo: imagens feitas logo após os disparos
No Batel, uma discussão no Bar Celebrare terminou na morte de dois jovens, identificados como Edison Luiz de Oliveira, de 18 anos, e Guilherme Henrique dos Santos Silva, de apenas 16 anos. Outros três jovens ficaram feridos, um deles de 15 anos. De acordo com a Delegacia de Homicídios, que investiga o caso, a briga teria começado dentro do bar e continuado fora do estabelecimento. Já na calçada, um homem teria ido até um carro, apanhado uma pistola calibre 9 milímetros e atirado nos cinco jovens.
Os disparos foram ouvidos por moradores de prédios vizinhos, inclusive da Rua Saldanha Marinho, vizinha à Praça da Espanha. O autor dos tiros e os demais envolvidos teriam fugido em um carro não identificado. Edison Oliveira morreu no local. O adolescente morreu dentro da ambulância, a caminho do Hospital Evangélico. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar, dezenas de ligações haviam sido feitas ao número 190 com possíveis informações sobre o crime. Inicialmente, a polícia divulgou que três pessoas haviam morrido. Uma das vítimas, Guilherme, portava duas identidades no momento em que foi morto. Uma delas no nome de Eduardo Henrique Moreira, de 20 anos, o que causou a confusão. A direção do Celebrare acredita que o adolescente tenha usado a identidade de Moreira para se passar por maior de idade e entrar no bar.
Briga por bebida
Os outros assassinatos ocorreram na Boate Crystal. A briga teria começado por causa de uma discussão envolvendo uma garrafa de bebida de R$ 150. Segundo a titular do 1.° Distrito Policial (DP), delegada Mônica Meister, responsável pelo caso, Maurício da Silva Dantas, de 19 anos, teria atirado em Hebert da Silva Coutinho e Alessandro Alves de Souza, de 33 anos, após um desentendimento dentro do bar. Depois disso, as informações são desencontradas.
Em depoimento, Dantas, que tem quatro passagens pela polícia, todas por porte ilegal de armas, afirmou que foi até São José dos Pinhais em busca de dois revólveres, com o qual efetuou os disparos, mas a delegada informou que investiga se ele entrou no bar com a arma. Após efetuar os disparos, Dantas teria dado um revólver a um colega, Vagner José Vital, e guardado o outro. Após perseguição da polícia, ambos foram presos em flagrante e conduzidos ao 1.° DP. Uma das vítimas morreu na hora, e a outra no Hospital Cajuru.
Imagens feitas logo após os disparos
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