Cerca de 40 criminosos, em motos, vans e carros, provocaram uma manhã de terror hoje no bairro de São Conrado, na zona sul do Rio. Os bandidos trocaram tiros com a polícia, atiraram em diversos carros pelas ruas, invadiram um condomínio de classe média alta e cerca de 15 deles fugiram em direção ao Hotel Intercontinental, onde mantiveram 35 reféns (sendo 5 hóspedes) por mais de duas horas. Uma mulher, que segundo a polícia é ligada aos bandidos, foi morta. Quatro policiais ficaram feridos.Por volta das 8h20, policiais militares faziam uma ronda de rotina na avenida Aquarela do Brasil quando se deparou com um comboio de homens armados.
De acordo com o coronel Henrique Lima de Castro, chefe da assessoria de comunicação da PM, os criminosos ocupavam dez vans e dez motos. O grupo seria da Rocinha e estaria voltando de uma festa em outra favela.
Bandidos e policiais começaram a trocar tiros em frente a uma concessionária de automóveis, em frente à Rocinha. Os criminosos se dispersaram. Alguns fugiram em direção à favela, outros invadiram os jardins de condomínios na avenida Aquarela do Brasil e seguiram em direção ao Hotel Intercontinental.
Um grupo, estimado por funcionários do hotel em 15 homens, invadiu a recepção e seguiu em direção à cozinha. Lá fizeram os reféns. Hóspedes que tomavam café da manhã conseguiram fugir e se refugiar em um dos salões do hotel. Lá ficaram por quase duas horas.
Cerca de 800 pessoas estavam hospedadas no hotel, metade estrangeiros. Muitos são atletas que disputam amanhã cedo uma Meia Maratona. Havia ainda um grupo de dentistas que participava de um congresso no centro de convenções do hotel.
Os reféns foram soltos por volta das 11 horas da manhã de sábado e dez bandidos foram presos. Até agora, a polícia ainda vistoriava o hotel.
Granada
Condomínios também foram vistoriados. No jardim do Village São Conrado foi achada uma granada.
Foi uma manhã de pânico no bairro, que tem, de um lado, condomínios de classe média alta, o hotel e um shopping de luxo, e do outro a favela da Rocinha.
Pouco antes das 9 horas, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) chegou ao local e começou a negociar com os bandidos. De acordo com o coronel Castro, a negociação foi "rápida. "Eles se entregaram quando viram que não teriam a menor chance.
Uma mulher, identificada pela PM como Adriana Medeiros, morreu atingida por tiros. Ela faria parte do bando e, de acordo com a PM, teria um mandado de prisão expedido em seu nome. Adriana estava próxima a um táxi. Ela estaria tentando entrar no carro para fugir do tiroteio.