O presidente do Tribunal de Justiça (TJ), desembargador José Vidal Coelho, determinou o desarquivamento da sindicância que considerou regular a aprovação, no concurso de juiz substituto realizado no ano passado, de Leonardo Bechara Stancioli, genro do ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O desembargador Vidal Coelho decidiu também suspender a nomeação de Stancioli enquanto estiver em andamento a sindicância, que deverá ouvir as pessoas citadas nas matérias jornalísticas divulgadas na semana passada. Interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal e transmitidas pela RPC TV indicam que Medina possa ter usado de sua influência como ministro para favorecer o genro junto à banca do concurso, na prova oral.
Stancioli ficou classificado em 17.° lugar no concurso e seria o próximo da lista dos aprovados a ser chamado, quando abrisse vaga. Embora esteja suspensa a nomeação, em sua decisão, Vidal Coelho determina que fique reservada uma vaga a Stancioli, nomeando os demais candidatos aprovados, conforme forem vagando os cargos de juiz substituto. O desembargador Jonny de Jesus Campos Marques, citado por Medina nas gravações da Polícia Federal, havia pedido a Vidal Coelho que reabrisse a sindicância por considerar que foi envolvido injustamente no caso. Segundo o TJ, na quinta-feira passada Vidal Coelho determinou a apuração dos fatos, com a coleta de depoimentos das pessoas citadas nas matérias jornalísticas. Mas só nesta segunda-feira o fato foi divulgado.
A sindicância havia sido arquivada no fim de maio. A investigação interna apurou que não tinham sido encontrados problemas na condução do concurso. Segundo o TJ, a sindicância havia sido realizada por causa de matéria publicada pela revista Veja, em abril, que afirma haver gravações telefônicas em poder da PF indicando que Medina teria interferido para que o genro passasse no exame.