O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli criticou nesta quarta-feira (3) as propostas para alterar o Código Civil brasileiro. A mudança na legislação está sendo discutida no Senado por uma comissão de juristas convocada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Nesta tarde, o STF se reuniu para julgar embargos de declaração apresentados por empresas para modular a decisão da Corte sobre o pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
“Uma das grandes questões que temos que refletir é a segurança jurídica e a previsibilidade. É evidente, que é difícil ter segurança jurídica em um país que, a cada 20 anos, cria comissão no Congresso para rever o Código Civil. Não dá nem tempo de fazer a jurisprudência”, disse Toffoli durante a sessão. "E a gente tem que aprender tudo de novo", completou o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso.
Em 2023, o STF considerou que uma decisão definitiva, a chamada “coisa julgada”, sobre tributos recolhidos de forma continuada, perde seus efeitos caso a Corte se pronuncie em sentido contrário. As empresas argumentaram no recurso que essa tese, além de alterar a jurisprudência, coloca em risco a segurança jurídica, segundo o Supremo.
Na sessão desta quarta do STF, Toffoli comentou sobre uma possível nova mudança no Código Civil ao apresentar seu voto-vista e apontou a necessidade de garantia de segurança jurídica no país.
As propostas apresentadas para o novo Código Civil vem sendo questionadas por parlamentares e entidades. Entre os pontos polêmicos estão a definição do bebê em gestação como "potencialidade de vida humana pré-uterina ou uterina", a previsão – sem especificação clara – de que o pai perderá na Justiça a autoridade parental caso submeta o filho a "qualquer tipo de violência psíquica" e o reconhecimento de uma "autonomia progressiva" para crianças e adolescentes.
No mês passado, o presidente do Senado destacou que a discussão é apenas uma atualização “considerando a nova realidade das interações tecnológicas no mundo”. Pacheco também afirmou que vem sendo “vítima de fake news, das mais irresponsáveis e levianas, afirmando que eu seria favorável à poligamia, à retirada de poder dos pais e à autonomia infantil para mudança de sexo”.
“Todas essas mentiras, inventadas por quem é alvo de investigação da polícia e vive para prejudicar o Brasil, têm como pano de fundo a atualização do Código Civil brasileiro, que será amplamente discutida pelo Congresso e com a participação de toda a sociedade”, ressaltou o senador em uma publicação feita nas redes sociais no dia 12 de março.
- Juristas infiltram ideia do “PL da Censura” em proposta de novo Código Civil
- Proposta de Código Civil pode dar direitos a amantes e abrir espaço para uniões incestuosas
- “Divórcio surpresa” e “relações fluidas”: novo Código Civil subverte leis do casamento
- Novo Código Civil pode favorecer abortismo ao chamar embrião de “potencialidade de vida”
- Novo Código Civil facilitaria tomada de propriedades rurais por sem-terra
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião