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Antes de decisão sobre inquérito

Após pedido da PGR, Toffoli autoriza que Ribeiro seja ouvido sobre suposto caso de homofobia

Ribeiro poderá ser investigado por homofobia
Milton Ribeiro, ministro da Educação. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o titular do Ministério da Educação (MEC), Milton Ribeiro, preste esclarecimentos sobre suposta prática de homofobia, antes de que seja formalizada ou não a abertura de inquérito.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia solicitado abertura de inquérito para apurar a conduta de Ribeiro após entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, no dia 24 de setembro. Na reportagem, o ministro da Educação relacionou a homossexualidade de jovens a "famílias desajustadas". O vice-procurador-geral, Humberto Jacques de Medeiros, classificou as declarações do ministro como "depreciativas a pessoas com orientação sexual homoafetiva" e disse que Ribeiro fez "afirmações ofensivas à dignidade do apontado grupo social".

A decisão de Toffoli não significa, porém, que Milton Ribeiro não poderá ser investigado. Na prática, o ministro do Supremo criou uma etapa antes da possível investigação.

"Quanto à diligência requerida pela Procuradoria-Geral da República, consistente na ouvida do e. Sr. Ministro da Educação, Milton Ribeiro, defiro-a. É que, em inquéritos relativos a autoridades com foro por prerrogativa de função, é do Ministério Público o mister de conduzir o procedimento preliminar, de modo a formar adequadamente o seu convencimento a respeito da autoria e materialidade do delito. Nesse contexto, deve ser autorizada a providência requerida para que possa instruir eventual pedido de instauração do inquérito", afirmou Toffoli no despacho.

Sobre a entrevista, Ribeiro divulgou nota para informar que sua declaração foi "interpretada de modo descontextualizado" e pediu desculpas. "Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual", escreveu o ministro. "Nesta oportunidade, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa", declarou.

Procurado, o MEC informou que não irá se manifestar sobre a questão.

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