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Maringá – Maringá ganhou um reforço internacional para ajudar no combate à violência urbana. O ex-chefe da Polícia de Nova Iorque (EUA), John Picciano Junior, 42 anos, está morando na cidade paranaense, onde tem uma empresa de segurança e apresentou um projeto de monitoração eletrônica para a população local.

O americano trabalhou em Nova Iorque entre 1984 a 2001 e foi chefe de polícia durante a administração do prefeito Rudolph Giuliani, participando do programa Tolerância Zero, que reduziu em 60% os índices de violência urbana na cidade de 8 milhões de habitantes.

Em 2003, ele se casou com a professora maringaense Luiza Lopes de Souza, quando ela estudava Inglês nos EUA. Hoje, Luiza é diretora da filial maringaense da Excel Security Corp., empresa de segurança e monitoramento que existe há 15 anos em Nova Iorque, com cem funcionários, sendo responsável por 300 prédios da cidade. O empreendimento foi aberto por Picciano em Maringá em fevereiro do ano passado, tem 28 funcionários e atende 75 clientes.

O serviço de monitoramento oferecido pela Excel tem câmeras que o dono pode observar da própria casa ou do trabalho, através de um sistema na internet durante 24 horas ao dia. O pacote conta ainda com alarme, visita diária de vigilantes, inclusive com patrulhamento com cães. O custo varia de um sistema simples (R$ 300) até os com equipamentos mais sofisticados (R$ 50 mil). Em caso de empresas com mais de uma loja, o responsável pode visualizar todos os prédios na mesma tela do computador. "As pessoas são vítimas da falsa segurança que compram", diz Picciano sobre como a onda de violência faz com que aumente o número de empresas de segurança que, muitas vezes, têm muitos clientes, pouca estrutura e fazem um "leilão" da segurança.

Nova Iorque

O ex-policial comenta sobre o histórico do combate à violência em Nova Iorque, que em 1990 apresentava um quadro de 2.245 homicídios. Em 1993, a revista Time Magazine apontou a cidade como a pior dos Estados Unidos, o que atrapalhava o turismo e reduzia o capital. Com isso, em 1994, o prefeito Giuliani implantou o programa Compstat.

Os comandantes das polícias se reúnem duas vezes por semana e comparam as estatísticas criminais com os dias anteriores e com o mesmo período do ano anterior. Os crimes são catalogados em sete categorias: homicídio, roubo de carteira, roubo a casa, roubo de veículo, assalto a pessoa, estupro e roubo de valores altos. As ocorrências são mapeadas em painéis e os dados como horário, região, quantidade de policiais trabalhando, entre outros são cruzados para que, já no dia seguinte, haja uma atuação direta no problema. No início do programa, havia uma média de 9 mil crimes por semana e este índice caiu para 2,9 mil em 2004.

Enquanto mostrava as instalações da empresa à reportagem, Picciano comentou sobre um quadro com fotos sobre o atentado de 11 de setembro de 2001, onde aparece sendo cumprimentado pelo presidente George Bush. "Foi um trabalho muito difícil e emotivo. Tive um sentimento de culpa, pois tinha a obrigação de proteger as pessoas", lembra. Ele cita que a polícia evacuou uma área com 25 mil pessoas e a cidade foi fechada em 40 minutos, mas nem isso evitou a morte de aproximadamente 3 mil pessoas, sendo cerca de 400 policiais e bombeiros.

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