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 | Fotos: André Rodrigues/Gazeta do Povo
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Atenção

Saiba quais os problemas que podem resultar da polimedicação:

Intoxicação: ocorre quando o paciente toma um tipo de remédio acima da dosagem recomendada. No caso dos polimedicados, remédios diferentes podem ter o mesmo princípio ativo, causando essa intoxicação.

Interferência: profissionais da saúde dizem que a partir do sexto medicamento simultâneo, a probabilidade de reduzir o efeito dos outros é grande. Cada novo produto, introduzido aumenta a chance de intoxicação e reações adversas, além de poder anular o efeito de um tratamento.

Subdosagem: assim como há risco de intoxicação, a mistura de medicamentos pode resultar em variações na dosagem das substâncias, fazendo com que o, tratamento não tenha o efeito pretendido.

Top 5

Em Curitiba, a secretaria de saúde identificou cinco medicamentos que estão entre os mais usados pelos pacientes da rede. Veja quais são e para que servem:

• Sinvastina: Usada no tratamento de dislipidemia, para controle do colesterol e triglicerídeos. Diminui os níveis do mau colesterol e aumenta os do bom.

• Metformina: Indicada para tratamento do diabetes, normalização dos níveis de açúcar no sangue e redução das complicações da doença.

• Enalapril: O medicamento é usado para tratar casos de hipertensão e insuficiência cardíaca.

• Omeprazol: O remédio é usado para o tratamento de úlceras, tanto gástrica como duodenal.

• Insulina: também é usada para o tratamento e controle do diabetes.

Uma estimativa internacional, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e da Universidade de Chicago, indica que pelo menos 10% da população use mais de cinco remédios ao mesmo tempo. A polimedicação é mais comum em idosos e portadores de doenças crônicas e exige atenção. Nesses casos, a pessoa precisa tomar determinados medicamentos para tratar as doenças. Combinados,porém, eles podem causar intoxicação e problemas relacionados à dosagem, super ou sub, que afeta a eficácia do tratamento.

Para evitar esse problema, o Ministério da Saúde está desenvolvendo um programa piloto para prestar orientação farmacêutica a esses pacientes. Em Curitiba, os atendimentos começaram a ser realizados em abril, com um grupo de 583 pessoas, que retornaram em três meses, para avaliação de exames. O resultado foi positivo e o projeto segue com mais pacientes.

"Geralmente são idosos, que possuem pelo menos duas morbidades associadas. Por precariedade na instrução ou falta de alguém que ajude e indique a tomada dos medicamentos, eles acabam esquecendo", explica a farmacêutica Beatriz Patriota, coordenadora da atenção farmacêutica no programa Saúde da Família de Curitiba.

O programa identificou aqueles pacientes mais vulneráveis – as equipes de atenção primária priorizaram as pessoas com mais dificuldade para seguir o tratamento ou que não apresentavam melhoras no quadro – e encaminhou para uma consulta farmacêutica. Por enquanto, são 56 postos de saúde com o serviço. O farmacêutico senta com o paciente e explica para que servem os medicamentos e como eles devem ser ingeridos, se pode misturar com outros remédios ou com comida e bebida. Se houver conflito entre as fórmulas, o farmacêutico entra em contato com os médicos responsáveis para discutir como harmonizar os remédios.

O clínico do Hospital Vita João Luiz Carneiro ressalta que é importante que o paciente com esse perfil de muitos medicamentos tenha um médico responsável por ele. "O paciente precisa ter um médico de confiança, que vai poder orientar em relação aos problemas com a polimedicação. Os especialistas veem a sua parte, mas é bom ter uma referência para buscar informações", diz.

Para os profissionais, o paciente pode ajudar a evitar a polimedicação conversando com os médicos sobre os remédios que estão usando.

A automedicação também é um problema. "Paciente que busca na farmácia o tratamento pode ter um problema com efeito colateral indesejado", ressalta Carneiro.

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