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Tortura segue enraizada no Brasil, diz Human Rights

 | PO/CVI/Stringer/Brazil
(Foto: PO/CVI/Stringer/Brazil)

Relatório da organização não governamental Human Rights Watch (HRW), divulgado ontem como parte da análise anual de 90 países, aponta que o Brasil ainda enfrenta muitos problemas na área de direitos humanos. Entre eles, a ONG indica o uso de tortura pelas forças de segurança, maus-tratos e execuções ilegais. Também são apontados como desafios a superlotação de prisões e a impunidade por crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985).

O relatório aponta que todos esses problemas são enfrentados apesar de o país "ter emergido como uma ascendente e importante voz nos debates sobre a resposta internacional sobre problemas de direitos humanos". Cita também a violência policial nos protestos pré-Copa do Mundo (foto), quando dezenas de pessoas, incluindo jornalistas, ficaram feridas em confrontos.

Nos primeiros nove meses de 2014, segundo os dados compilados pela HRW a partir das estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a polícia de São Paulo foi responsável por 505 mortes, alta de 93% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a polícia do Rio matou 436 pessoas (o relatório não trouxe uma comparação com 2013). Em todo o Brasil, 2.200 pessoas teriam morrido em operações policiais em 2013, média de seis por dia.

Dois Brasis

Ao mesmo tempo em que a HRW diz que externamente o Brasil está entre as mais influentes democracias em assuntos regionais e globais, a ONG também lembra que internamente o país continua a enfrentar sérios obstáculos na área, incluindo o uso de tortura e maus-tratos pelas forças policiais e a superlotação no sistema carcerário.

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