O número de mortos por causa de deslizamentos e alagamentos chegou a 31 na noite desta quinta-feira (21) em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Foram encontradas à noite mais três vítimas da chuva que atingiu a cidade no início da semana. Os três corpos localizados são de homens e estavam no mesmo bairro, Quitandinha o mais atingido.
O 29.º cadáver foi encontrado às 8h45 em meio a escombros, dentro de um córrego perto da rodoviária do município. O 30.º foi achado às 11h25, em um deslizamento da Rodovia BR-040. A 31.ª vítima foi localizada por volta das 16h30. Ao menos um morador continuava desaparecido, e bombeiros prosseguiam com as buscas.
De acordo com a prefeitura, 14 dos 44 feridos seguiam nos hospitais. Internados em unidades de terapia intensiva (UTIs), quatro estão em estado grave. O total de desabrigados ou desalojados caiu de 1.463 para 1.237. Nesta quinta-feira, quatro vítimas foram enterradas. O temporal causou 21 pontos de deslizamentos ou enchentes em seis bairros de Petrópolis.
Entre os mortos, estão uma filha e dois netos do pedreiro Jamil Luminato, de 53 anos, que mora no bairro Independência. Em 31 de dezembro de 1981, após precipitações atmosféricas que mataram 67 habitantes da cidade, Luminato foi fotografado carregando um bebê que havia resgatado já morto. Publicada na capa do "Jornal do Brasil" do dia seguinte, a foto rendeu o Prêmio Esso, principal distinção do Jornalismo brasileiro, ao repórter-fotográfico Carlos Mesquita. Depois o documentário "Primeira Página", do diretor de cinema e professor Eduardo Escorel, tentou reconstruir a situação que o pedreiro viveu naquele dia. Passados 31 anos, na chuva de domingo (17), Luminato perdeu a filha, de 31 anos, e os netos de 2 e 4 anos. O genro está na UTI de um hospital de Petrópolis.