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| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Amianto no Paraná

Há três empresas na região de Curitiba que utilizam amianto: a Eternit (Colombo), a Multilit (São José dos Pinhais) e a Isdralit (Curitiba). Uma lei municipal que bane o uso do amianto em Curitiba foi sancionada pela Câmara no ano passado. As empresas têm um prazo de três anos para se adaptar.

Também está em trâmite na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), desde 2011, um projeto de lei que proíbe do uso e fabricação de amianto no estado. O processo está parado há mais de um ano. Os deputados aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão antes de colocar o projeto na ordem do dia.

Um evento ocorrido nesta terça-feira (11), em Curitiba, para debater o fim do uso do amianto no Paraná foi palco de uma manifestação de trabalhadores do setor a favor do uso da substância. O encontro foi organizado pelos Ministérios Públicos Estadual e do Trabalho e a Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego. O amianto é uma fibra mineral utilizada na construção civil, principalmente em telhados. Ele tem propriedades cancerígenas e causa danos ao meio ambiente.

A manifestação pró-amianto contou com mais de 100 pessoas, segundo o vice-presidente da Federação Internacional de Trabalhadores do Amianto Crisotila (Fitac), Adilson Santana. "Esse evento não representa os interesses dos trabalhadores. Eles mostram dados do que acontecia há 30 anos, hoje a realidade é muito diferente. Temos tecnologia e acordos que legitimam o uso seguro do amianto", argumenta.

A opinião, no entanto, é rechaçada por campanhas mundiais apoiadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que afirmam que não há níveis ou modos seguros de se usar o amianto sem causar complicações à saúde do trabalhador ou ao meio ambiente. A OMS estima que 100 mil pessoas morrem por ano em decorrência do amianto, que causa complicações no sistema respiratório e pode levar a câncer de pulmão e mesotelioma (tumor maligno raro e incurável).

A opinião do presidente da Associação Paranaense dos Expostos ao Amianto (Aprea), Herbert Fruehauf, é de que os trabalhadores que se manifestaram hoje foram forçados pelas empresas em que trabalham. "As empresas usam os trabalhadores para fazer as manifestações, para que elas possam continuar funcionando. Mas nós não somos contra o trabalho, e sim contra o amianto, já que é provado que não existe nível seguro para manipular o amianto", afirma.Evento

O evento, que acontece nesta terça e quarta-feira, visa orientar os municípios a fortalecer a agroecologia, reduzir o uso de agrotóxicos, proteger a saúde pública e apresentar formas de obtenção de financiamentos públicos para a produção de alimentos orgânicos e discutir estratégias para o banimento do amianto no Paraná. Nesta terça-feira, as discussões do evento foram voltadas ao uso do amianto no estado. Amanhã, o foco serão os agrotóxicos.

O caso da Itália, em que o uso do amianto foi criminalizado, foi discutido hoje em mesa composta pelo juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto de Figueiredo Caldas, e os promotores de Justiça italianos Sara Panelli e Gianfranco Colacem. Na quarta-feira, será colocada em pauta a questão da população em região de pulverização aérea de agrotóxicos, com a participação de médicos, professores e promotores.

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