Motoristas e cobradores de ônibus dos consórcios que operam a Rede Integrada de Transporte (RIT) rejeitaram a proposta oferecida pelo sindicato patronal, de 8,02% de reajuste salarial, em três assembleias realizadas ontem. A contraproposta apresentada e aprovada em dois dos três encontros busca um reajuste de 10%.
O resultado dessas assembleias será apresentado em uma nova audiência com a Justiça do Trabalho, marcada para a manhã de hoje. A ideia do sindicato é apresentar a contraproposta para ser analisada nesse novo encontro. Caso não haja um acordo, uma nova assembleia será marcada e aí o indicativo de greve poderá ser votado.
Os funcionários presentes na primeira assembleia apresentaram a seguinte contraproposta: 15% de reajuste salarial e de 100% no auxílio-alimentação. Com isso, o vale subiria de R$ 200 para R$ 400 e a categoria teria um ganho real de 8,37%.
Já na segunda e terceira assembleias, os trabalhadores aceitaram a contraproposta apresentada pelo presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc), Anderson Teixeira, que sinalizou o pedido de 10% de aumento, mesmo valor acertado no ano passado. Além disso, os trabalhadores pedem 50% de reajuste no vale-alimentação e R$ 300 de abono salarial.
O Sindimoc já havia recusado a proposta de 8,02%, após reunião realizada na tarde de sexta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho. A proposta anterior do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) foi de 6,33%.
Impasse
Enquanto o impasse em relação ao reajuste dos trabalhadores permanece, a prefeitura não divulga o valor da nova tarifa. Como o gasto com pessoal representa um peso de 45,37% na composição do valor da passagem, a administração municipal considera inviável reajustar o valor sem ter certeza de quanto será o impacto da negociação salarial.
Além disso, um requerimento proposto pelo vereador Tico Kuzma (PSB) pode adiar por tempo indeterminado esse reajuste tarifário. O vereador apresentou uma proposta que pede que o executivo municipal aguarde os estudos da comissão de análise da tarifa para tomar qualquer decisão.
A alegação é de que há várias medidas em andamento para diminuir os custos, como o projeto de lei para zerar a alíquota do ICMS do diesel do governo estadual e a proposta legislativa para diminuição de impostos federais e municipais que incidem na tarifa técnica do transporte coletivo.