Demorou 120 anos para que o Instituto Butantan conseguisse criar o acervo de cobras, aranhas e escorpiões; e apenas três horas para que fosse consumido pelo incêndio, no último sábado. O dano será irrecuperável, segundo especialistas entrevistados. Muitos dos animais que eram conservados em álcool ou formol não existem mais na natureza ou são espécies em extinção.

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"Todos estamos consternados. Era como um arquivo raríssimo de uma biblioteca que se perdeu", diz a pesquisadora Teresa Vila Pires, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Para o herpetólogo (especialista em répteis e anfíbios) Miguel Tre­­faut Rodrigues, do Instituto de Bio­­ciên­­cia da Universidade de São Pau­­lo (USP), os exemplares eram testemunhos de um tempo e espaço que não existem mais. "Foram co­­letados, por exemplo, em um pe­­daço da Amazônia que desapareceu em decorrência dos des­mata­­mentos", explica. Al­­gumas serpen­­tes tinham aproximadamente 100 anos e chegaram a ser coletadas pe­­lo médico sanitarista Vital Brazil.

A Polícia Civil abriu inquérito policial para apurar as causas do incêndio.

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