O número de mulheres chefes de família em Curitiba e região metropolitana segue as tendências brasileiras. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 31% dos núcleos familiares no país eram chefiados por mulheres, em 2005. A evolução da mulher à frente da família e no mercado de trabalho foi objeto de estudos da socióloga paulista Cristina Bruschini, que assinou um capítulo do livro O progresso das mulheres no Brasil.
Segundo Cristina, o comando feminino nas famílias está diretamente ligado à conquista de espaço no mercado de trabalho e com a mudança cultural. "Vemos esse crescimento desde a década de 1970, com os movimentos feministas", explica Cristina.
Na briga pelo direito à igualdade com os homens, as mulheres viam-se obrigadas a entrar no mercado de trabalho. Segundo seu estudo, a taxa de atividade feminina subiu de 47%, em 1993, para 53% em 2005. Mesmo com um pensamento mais moderno, afirma a socióloga, tendências culturais que vêm do berço ainda levam as mulheres a quase monopolizar algumas profissões. "São profissões nas quais ela poderia conciliar melhor com a casa e a famílias, os chamados guetos femininos. Desde pequenas elas escutam que isso é melhor para elas, que a competição nessas profissões é menor", afirma Cristina. Com o ingresso das mulheres na universidade, entretanto, a mistura já é maior em outras profissões, como arquitetura, onde a mulher ocupava 54% do mercado, em 2004 (dados da Relação Anual de Informações Sociais). Em medicina, considerada uma profissão masculina, as mulheres já ocupam 41% dos postos, contra 36% em 1993. "Na universidade, 62% dos acadêmicos são mulheres." (TB)