O apreço que o curitibano tem por uma boa feira é notório – estão aí as inúmeras opções itinerantes, orgânicas, noturnas e gastronômicas para comprovar. E com a proximidade do fim do ano, claro, começam as temáticas. A da vez é a tradicional Feira Especial de Natal. As praças Osório e Santos Andrade recebem as feirinhas a partir desta segunda-feira (23) até 23 de dezembro.
Por lá, é possível encontrar produtos natalinos, tais como guirlandas, enfeites para árvores de Natal e panos de prato bordados e pintados à mão; opções de presentes, como fantoches, bonecas de pano, pantufas e sabonetes artesanais; e souvenires da capital.
Gastronomia típica
Além de artesanato e badulaques variados, a feira da praça Osório também tem gastronomia: já é tradicional a venda de pratos típicos da Itália (e como não?), da Bélgica e, claro, da Polônia. O preço dos quitutes varia entre R$ 5 e R$ 20.
Na barraquinha da Bolívia, salteñas (empanadas assadas) de carne, bacalhau ou legumes saem a todo momento. Os salgados são produzidos por Carmen Espejo, boliviana nascida em La Paz que há 20 anos comercializa suas salteñas em feiras curitibanas.
De acordo com Claudia Kathelyn, vendedora de Carmen, o segredo das empanadas, além da combinação dos recheios, é a porção de molho de pimenta locoto que acompanha o prato. Locoto é uma variedade de pimenta cuja picância divide os paladares – para alguns, é picante “na medida certa”, para outros, é de corar as bochechas e lacrimejar os olhos.
Já é Natal
Na barraca de Maria Solange Herrmann, Tania Mara Bauchak e Delza de Souza, é Natal do chão ao teto. Simpáticas, elas explicam que cada uma trabalha com um tipo de artesanato. Maria Solange faz patchwork e prefere peças de cozinha e decoração; Tania Mara trabalha com madeira e cria guirlandas de todo tipo e caixas decoradas; Delza, em suas próprias palavras, “pinta e borda, literalmente” – são dela as toalhas, os puxa-sacos e luvas de cozinha. Os produtos têm preços bem variados: um panô feito em patchwork pode sair por mais de R$ 100, já os enfeites de pano em formato de pinheirinhos ou estrelas podem ser vendidos a R$ 10.
Embora dividam a mesma barraca, as três participam das feiras curitibanas há tempos diferentes. Maria Solange, por exemplo, tem estrada: há mais de 20 anos faz do artesanato o ganha-pão. A vida de feirante, conta, pode ser divertida quando compartilhada com amigas, como é o caso, mas dá trabalho: a produção para uma feira como a da Osório começa meses antes e, todos os dias, a labuta começa às 9 horas e se encerra por volta de 23.