Depois de quase 13 meses detido no Presídio Federal de Campo Grande, o megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía, 45 anos, foi transferido para os Estados Unidos. Ele deixou a penitenciária às 4h30 sob forte esquema de segurança e embarcou no Aeroporto da Base Aérea, em um avião da Polícia Federal, com destino a Manaus (AM), onde foi entregue a uma equipe da Drug Enforcemente Administration (DEA), para seguir viagem com escala em Kingston, na Jamaica.
O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), e o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), afirmaram ser um alívio saída de Abadía, "junto com esse tipo de pessoa, só vem coisa ruim para Campo Grande", comentou Trad. O governador disse que para maior tranqüilidade da população local falta ainda "levar o Beira-Mar para bem longe de MS. Quem tem que tomar conta desse homem é o Rio. Eu nunca apoiei a vinda dele, mas como se trata de um presídio federal..."
Abadía chegou ao Presídio Federal de Campo Grande em agosto do ano passado. Segundo o corregedor da penitenciária, juiz federal Odilon de Oliveira, havia informações sobre plano de fuga do colombiano desde a primeira semana que entrou no presídio. Houve inclusive uma tentativa de resgate de preso no dia 13 de abril deste ano.
No início deste mês, a Polícia Federal desencadeou a Operação X para desmantelar uma quadrilha formada dentro do presídio por quatro presos, entre eles Abadía. Conforme informações da PF, o grupo comandaria a execução de vários seqüestros, incluindo na lista um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de um deputado federal e um membro do Senado, segundo apurou a PF.A Justiça condenou Abadía a 30 anos de prisão por lavagem de dinheiro.