Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Foz do Iguaçu

Traficantes colocam Porto de Paranaguá na rota do tráfico de cocaína

Uma operação conjunta entre agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) e da Polícia Nacional da Espanha desmantelou uma quadrilha com conexões na América do Sul e Europa que utilizava o Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, para enviar cocaína à Espanha. Os traficantes colocaram o Brasil e o Paraguai na rota da droga por encontrarem facilidades para cruzar a fronteira de Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, e escaparem da fiscalização no Porto de Paranaguá, local de intensa movimentação de cargas.

A quadrilha começou a ser desbaratada no fim de semana, em Assunção, a partir da apreensão de 257 quilos de cocaína pura em uma mansão situada no bairro Mangorá. A droga, avaliada em US$ 1,4 milhão, produzida na Colômbia, seria levada à Espanha e distribuída em todo leste europeu.

Onze pessoas foram presas, oito no Paraguai e três na Espanha. Segundo a polícia paraguaia, o colombiano Mark Frances Aguirre seria um dos líderes do grupo na América do Sul. Francês, que usava passaporte espanhol, é apontado como responsável pelo trânsito da cocaína nos territórios paraguaio e brasileiro. O alemão de origem eslovena, Edmund Chladek, preso na Espanha, é acusado de ser o comprador da droga. A polícia espanhola vinha investigando a quadrilha desde setembro do ano passado. Segundo os policiais, para transportar a droga, o grupo usava como fachada empresas legalmente estabelecidas na Espanha e América do Sul a partir das quais eram feitas operações de importação e exportação de mercadorias. Para driblar a fiscalização, a droga vinha sendo ocultada no meio de mercadorias legais. Segundo o chefe de inteligência da Senad do Paraguai, Silvio Amarilla, essa seria a primeira remessa de cocaína feita pela quadrilha na rota Paraguai-Brasil, via Porto de Paranaguá. Anteriormente, o grupo fazia tráfico para a Europa via Equador. Amarilla diz que a quadrilha chegou a abrir uma empresa de exportação de ferro reciclável em Assunção com intuito de enviar regularmente a droga escondida em contêineres até o Porto de Paranaguá. Para passar pela fiscalização sem problemas, a cocaína seria escondida em uma carga de sucata e cimento.

Na opinião de Amarilla, a polícia teria dificuldades de encontrar a cocaína em meio à sucata em razão da característica do material. Segundo ele, apenas por meio de um serviço de inteligência seria possível identificar a cocaína escondida dentro das barras de ferro. "Eles preparam um tubo de metal coberto com cimento e colocam a droga dentro. É difícil fazer um controle eficaz, até mesmo com cães antidrogas", diz. A polícia paraguaia não descarta a possibilidade de outras quadrilhas estarem usando cargas de sucata para transportar drogas. Dados levantados pela Senad indicam que está havendo um crescimento nas exportações de ferro-velho reciclável do Paraguai para o Brasil e países europeus. Ainda segundo os policiais paraguaios, os traficantes optam por cruzar a fronteira Brasil e Paraguai pela grande movimentação de veículos que dificulta a fiscalização aduaneira.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.