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Maringá – As autoridades policiais da região de Maringá, no Noroeste do estado, estão voltando as atenções para os pequenos traficantes – aqueles que atuam nos bairros e disputam pontos de venda de entorpecentes, contribuindo para elevar os índices de violência. Na noite de terça-feira passada, quatro jovens, com idades entre 17 e 28 anos, foram detidos em Sarandi, município que faz divisa com Maringá. Com o grupo, a polícia apreendeu uma balança digital e 85 quilos de maconha.

Pequenos traficantes também foram o alvo da Operação Medellín, que, há uma semana, prendeu 11 pessoas e cumpriu 19 mandados de busca e apreensão também na região de Maringá. Neste caso, segundo o delegado-chefe da 9.ª Subdivisão Policial, Antônio Brandão Neto, as investigações começaram a partir de um triplo homicídio. "E vamos prender outros traficantes em breve", avisa.

Violência

Maringá passou de 30 homicídios no ano passado para 42 neste ano. Também se tornaram freqüentes na cidade os assaltos durante o dia, no centro da cidade. A Polícia Civil informa que 60% dos assassinatos têm ligação com o tráfico e a maioria dos assaltos é feita por dependentes de drogas que vivem nas ruas e roubam qualquer coisa (até bijuterias de pequeno valor) para trocar por drogas e sustentar o vício.

O município está na rota do tráfico internacional, com parte da droga que entra pelo Paraguai ficando na cidade. Segundo a polícia, os pequenos traficantes agem nos bairros. As vendas variam conforme a época do mês, com mais procura no começo do mês, próximo ao pagamento. A forma mais comercializada de droga é o crack na chamada "parada de 10" – uma trouxinha embalada em plástico ou papel alumínio, pesando menos que um grama e custando R$ 10.Os envolvidos no tráfico geralmente são jovens. Na Operação Medellín, como exemplo, oito dos 11 detidos tem idade entre 19 e 23 anos.

O delegado do Núcleo de Repressão ao Tráfico de Drogas (NRTD) de Maringá, Cristiano dos Santos, diz que existe um mapeamento do tráfico, mas que é difícil fazer um perfil porque quando a polícia acaba com um ponto ou prende um traficante, outros surgem rapidamente.

Já para o chefe da Divisão do Interior da Polícia Civil do Paraná, delegado Luiz Alberto Cartaxo, para cada traficante que morre, cinco disputam seu posto. Ele lembra que muitos jovens têm no tráfico uma oportunidade que a sociedade não oferece, mas é por um curto período, caracterizando um problema social e fazendo com que a polícia trabalhe com o efeito do problema gerado pela coletividade.

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