Campeão
Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, lidera o ranking nacional
A média de homicídios nas 30 cidades-gêmeas de fronteira é de 36,93 mortes por 100 mil habitantes e ultrapassa índices de grandes centros, incluindo Rio de Janeiro (18,87) e São Paulo (15,36). A cidade fronteiriça brasileira campeã da violência é Coronel Sapucaia (MS), com 112,55 mortes por 100 mil habitantes. O índice é superior ao do país mais violento do mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): Honduras. O país da América Central tem uma taxa de 91 homicídios por 100 mil habitantes, seguido por El Salvador com 69 homicídios. Os números dos municípios brasileiros foram levantados com base nos dados disponíveis no Datasus, do Ministério da Saúde.
O tráfico de drogas e o contrabando de cigarros são os principais motores dos assassinatos registrados nas cidades-gêmeas da fronteira brasileira e colocam três municípios paranaenses entre os mais violentos, segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf). Em Foz do Iguaçu, Barracão e Guaíra o índice de homicídios, em 2012, foi de 64,75 mortes por 100 mil habitantes, quase o dobro da média do estado do Paraná (32,66) e acima da média brasileira (29,05) naquele ano.
Os números fazem parte de uma pesquisa feita, a pedido do Idesf, pela Empresa Gaúcha de Opinião Pública e Estatística (Egope) e servem de base para um debate que ocorre desde ontem no Seminário Fronteiras do Brasil, em Foz do Iguaçu. Isoladamente, Guaíra registrou média de 87,06 mortes a cada 100 mil habitantes, Foz do Iguaçu, 63,74, e Barracão, 20,42.
Presidente do Idesf, Luciano Stremel Barros diz que as seis cidades-gêmeas brasileiras com maior índice de homicídios segundo a pesquisa Coronel Sapucaia (MS), 112,25 homicídios para cada 100 mil habitantes; Paranhos (MS), 94,69; Guaíra (PR) e Mundo Novo (MS), 69,56; Foz do Iguaçu (PR), 63,74; e Ponta Porã (MS), 54,7 têm em comum uma movimentação intensa de contrabando de cigarros e tráfico de drogas.
Barros ressalta que a logística utilizada pelos contrabandistas de cigarro é a mesma do tráfico de drogas, ou seja, o produto é escoado por meio de rodovias. Os integrantes das quadrilhas estão cada vez mais violentos, fato que estimula as mortes. Entre os exemplos, segundo Stremel, estão diversos atentados contra a polícia, além da ocorrência frequente de troca de tiros e incêndios a veículos.
A polícia já identificou membros de quadrilhas do tráfico de drogas que hoje atuam em grupos dedicados ao contrabando de cigarros. "Eles estão emprestando o modos operandi do tráfico. Estão violentos, criam clãs e movimentam muito dinheiro", ressalta Barros.
Combate
Delegado da Polícia Civil em Guaíra, Pedro Lucena diz que o número de homicídios na cidade caiu 60% nos primeiros seis meses deste ano. Conforme dados da Secretaria do Estado da Segurança Pública (Sesp), Guaíra registrou 29 homicídios em 2012 e um total de 20 em 2013. Neste ano, até junho, o número chegou a 10. "Como temos combatido o tráfico de drogas e o contrabando, acaba inibindo", diz. A elucidação dos crimes, que segundo Lucena chega a um índice de 99%, também é um freio para as mortes.
Em Foz do Iguaçu, a tendência de queda, registrada nos últimos anos, também deve se confirmar em 2014, segundo o titular da Delegacia de Homicídios, Marcos Araguari de Abreu. Em 2012, a cidade de fronteira teve 165 mortes, em 2013 o número caiu para 111. Neste ano, até agora, são 75. Para Araguari, a mudança de perfil da cidade, que está deixando para trás a economia informal atrelada ao contrabando, contribuiu para a queda do número de assassinatos. "A cidade está mudando de perfil gradativamente", afirma.
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