A Força de Pacificação que atua nos complexos do Alemão e da Penha apreendeu, na noite desta quarta-feira (22), duas crianças, uma delas deficiente mental, tentando entrar na localidade da Fazendinha com uma pistola americana 9mm. Segundo o Exército, essa foi a sétima arma apreendida com um menor em um mês e meio, desde que começou a operação Check-Point, na qual tropas atuam em todas as entradas das comunidades evitando a entrada de armas e drogas na região até que a Polícia Militar comece a atuar na área. Durante a semana, armas caseiras utilizadas por menores de idade também foram apreendidas.
Segundo os próprios soldados que realizaram a apreensão, um menino de 12 anos e um de 15, que é deficiente mental, caminhavam por uma das entradas da Fazendinha, no Alemão, carregando uma sacola plástica utilizada em supermercados. Um dos militares desconfiou do volume e pediu ao garoto que abrisse a sacola. Ao descobrirem a arma, os dois menores foram conduzidos à sede da Força de Pacificação, onde há um destacamento da 22ª DP (Penha).
De acordo com o chefe da comunicação social da Força de Pacificação, tenente-coronel Fernando Fantazzini, o tráfico está usando menores de idade para atuar contra as tropas. Na última semana, foram apreendidas armas caseiras. Os explosivos, que segundo os militares já foram utilizados pelos traficantes diversas vezes, são feitos com garrafas d'água. Dentro, os bandidos colocam pólvora e diversas giletes comuns utilizadas em barbeadores.
"Esse tipo de mecanismo é mais letal que algumas granadas que são utilizadas pelas tropas. A letalidade é tão grande que esse tipo de arma, nesse molde, é proibida pela Convenção de Genebra de ser utilizada em guerras convencionais, relatou o coronel Fernando.
Outro armamento feito pelos traficantes são adaptações de jorrões. Os traficantes abrem o fogo de artifício e incluem mais pólvora, bolas de gude, pregos e giletes. Os militares contam que essas armas são usadas apenas por crianças e são jogadas de cima de lajes. Ainda de acordo com o Exército, a maior parte das apreensões tem sido feita na Vila Cruzeiro, porém, já foram recolhidos armamentos caseiros no Complexo do Alemão.
Na última sexta-feira, O GLOBO veiculou um vídeo cedido pelo Exército mostrando a hostilidade de crianças e adolescentes à ação da Força de Pacificação, que desde o fim de janeiro teve sua atuação modificada quando 1.800 militares da 11ª Brigada de Infantaria Leve, de Campinas (SP), e da 6ª Divisão de Exército de Porto Alegre (RS) assumiram o patrulhamento da região. O patrulhamento a pé nos becos e vielas de áreas mapeadas como pontos de venda de drogas foram intensificados.
As imagens mostram os jovens desafiando as tropas. Como numa brincadeira de gato e rato, crianças usam as mãos para formar as iniciais de uma facção criminosa, e fogem quando os militares avançam em sua direção. Em casos mais extremos, jovens pulam entre as lajes para atirar garrafas, pedras e até lançar rojões. Segundo o serviço de inteligência do Exército, bandidos dão ordens a moradores para que provoquem os soldados que patrulham a região.
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