O desabamento dos três prédios na Avenida Treze de Maio e o consequente fechamento de ruas próximas afetaram o comércio e o funcionamento de bancos e escritórios no Centro do Rio. Ninguém arrisca uma estimativa do prejuízo total, mas os relatos de profissionais, empresários e lojistas dão um pouco da dimensão das perdas. Somente a reconstrução do Edifício Liberdade, que tinha 20 andares, pode chegar a R$ 10 milhões, segundo cálculos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ).
"Não sabemos a metragem quadrada dos andares do prédio. Mas, se considerarmos a medida de 300 metros quadrados por andar, esse prédio pode custar cerca de R$ 10 milhões para ser reerguido. Essa é apenas uma estimativa, pois teríamos que incluir ainda o que havia em cada andar e o custo de remoção do entulho", ressaltou o presidente do Crea, Agostinho Guerreiro.
O presidente da Associação Comercial do Rio, Antenor Barros Leal, acredita que o comércio só voltará a funcionar normalmente na segunda-feira. Leal afirmou que será necessário a prefeitura ampliar os prazos de pagamentos de tributos. Com o incidente, cinco prédios da Treze de Maio estão fechados. Desde as primeiras horas de quinta-feira, a prefeitura colocou em prática um esquema especial de trânsito nas proximidades do desabamento.
A Avenida Treze de Maio ficará totalmente interditada. Já a Avenida Almirante Barroso permanecerá interditada entre a Avenida Rio Branco e a Rua Senador Dantas, que terá a mão invertida entre a Almirante Barroso e a Rua Evaristo da Veiga.
Dentista perdeu tudo dos seus cinco consultórios
Por conta do desabamento, a Caixa Econômica informou que a Caixa Cultural, que fica na Rua Almirante Barroso, não funcionará neste fim de semana. O banco manterá apenas as atividades da unidade da Avenida Chile. Já o Itaú Unibanco informou que a agência localizada na Treze de Maio foi atingida pelos desabamentos, mas ninguém ficou ferido. Segundo o banco, os clientes passaram a ser atendidos por outras 11 unidades que funcionam nas proximidades.
Para o dentista Antônio Molinaro, o prejuízo pode chega a R$ 300 mil, valor que ele estima ser necessário para montar os cinco consultórios dentários que ocupavam o 4º andar do edifício 16 da Rua Manoel de Carvalho.
"Vim correndo para o Centro para acompanhar as buscas e encontrei os funcionários da Comlurb ensacando o material recolhido. O problema é que ninguém me diz para onde estão levando estes pertences. Cheguei a questionar um policial que mandou eu me afastar. Alugava as cinco salas, meu prejuízo são os equipamentos", disse Molinaro.
O casal Flávia Breta e Marcelo Ferreira eram proprietários de uma ótica no 12º andar no edifício 44 da Rua Treze de Maio. Assim que o dia amanheceu, eles foram para a Câmara Municipal para ver se algum bem havia sido recuperado no meio dos escombros.
"Viemos ver com os nossos próprios olhos o tamanho da destruição. São dez anos de trabalho, dez anos de investimentos de uma vida toda. Acredito que nosso prejuízo esteja avaliado em R$ 60 mil", desabafou Flávia.
Sócio de empresa VC Cred, Alexandre Quatarnom não soube estimar a perda do escritório localizado no 16º andar do edifício 44. Ele lamentou ter perdido inúmeros documentos.
"Não tenho como calcular o prejuízo. O pior são os documentos de transações de clientes."