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De frente para o crime

Tragédia tende a isolar comunidade

O ser humano sempre conviveu com o medo; ele funciona como um sinal de alerta, uma indicação de que há algum perigo por perto. No caso dos moradores da rua Virgínia Ferrarine Sbrissia, em Quatro Barras, o medo decorre da sensação de vulnerabilidade diante do assassino de Giovana dos Reis Costa. "Como não detectaram o assassino antes, eles ficam vulneráveis", afirma a psicóloga Neuza Corassa, do Centro de Psicologia Especializado em Medos.

O temor pode levar a mais violência, já que as pessoas tendem a tentar eliminar a causa do que as assusta. No caso, buscar o assassino de Giovana. "Isso pode acontecer, porque se criou um medo coletivo", diz Neuza Corassa, especialista no tratamento de fobias e síndrome do pânico, casos em que o medo não é normal. Por outro lado, segundo a psicóloga, a situação pode unir e aproximar as pessoas. "O medo coletivo faz parte da história. Quando há um problema, a comunidade vira uma grande família."

Na opinião da conselheira tutelar Eloísa Kulcheski, que atuou durante 15 anos na Vila Nossa Senhora da Luz, uma das regiões mais violentas de Curitiba, o medo coletivo tem um efeito contrário. "As pessoas se unem na hora do velório. Depois, voltam para suas vidas. A sociedade que enfrenta esses problemas se torna acomodada. Ela já se isola. Crianças que crescem neste meio tendem a se tornar individualistas."

Mesmo em casos que não podem ser previstos e evitados pelos órgãos de segurança, a sensação mais comum é de revolta com o poder público. "É como se as pessoas estivessem de mãos atadas", diz Eloísa Kulcheski. (JML)

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