A Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (Campos Gerais), terá mais um preso em cada cela a partir desta semana. A transferência de 108 detentos do Presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, para a penitenciária foi pedida pela Vara de Execuções Penais e autorizada pela Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná e o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Paraná realizaram um protesto ontem à tarde. Eles ficaram com cartazes na frente da portaria da penitenciária. Segundo o presidente do sindicato, Antony Johnson, é a primeira vez que a penitenciária terá superlotação. "Vão transferir o problema de uma área para outra. É uma tragédia anunciada, como a de Cascavel", informou em referência a rebelião da Penitenciária Estadual de Cascavel, que deixou cinco mortos em agosto.
A penitenciária tem 432 vagas. Cada cela tem quatro presos. Ela foi considerada modelo pela Comissão de Direitos Humanos da subseção local da OAB, em fevereiro, por atender a lei de execuções penais. Os presos trabalham e estudam na unidade.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça, até semana passada a Penitenciária tinha 425 presos e cerca de 50 deles seriam removidos para a unidade do Semiaberto, que funciona anexo à Penitenciária. Assim, com os 108 presos que virão do presídio Hildebrando de Souza, a Penitenciária abrigará 51 presos a mais que a capacidade de atendimento.
Conforme o diretor do Presídio Hildebrando de Souza, Bruno Propst, a transferência será gradual e já começou. "Serão 20 presos por dia, atendendo ao critério de maior pena." O juiz que pediu a remoção, Antonio Acir Hrycyna, está de licença e não foi encontrado. A causa da remoção é a superlotação do presídio. A unidade tem capacidade para atender 200 presos, mas estava com quase 700 até a semana passada.
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