O secretário de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, Sebastião Uchoa, disse hoje que não acredita que a transferência de detentos para presídios federais bastará para solucionar a crise de segurança pública enfrentada pelo estado.
O governo de Roseana Sarney (PMDB) aceitou na segunda-feira a oferta de vagas em prisões federais - feita pelo Ministério da Justiça no final da semana - para que líderes de facções criminosas do Maranhão deixem o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
O local foi palco de 62 mortes de detentos desde 2013 e é o epicentro dos ataques a ônibus e delegacias que deixaram quatro pessoas feriadas e provocaram a morte da menina Ana Clara Santos Sousa, 6, na manhã de ontem.
O governo diz que os atentados foram ordenados de dentro de Pedrinhas, em retaliação à ocupação do complexo pela Polícia Militar, no final de dezembro passado.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o secretário Uchoa disse que a transferência de líderes de facções para os presídios federais precisa ser criteriosa e que, em casos semelhantes, os detentos voltam "piores" ao Estado de origem.
"[O preso] volta mais perigoso, se achando o máximo porque puxou cadeia federal. Historicamente não tem sido muito bom esse negócio de transferir", disse Uchoa.
O auxiliar de Roseana Sarney declarou ainda que as transferências devem ser provisórias, porque o governo está construindo um presídio de segurança máxima no Estado, onde pretende abrigar os presos de maior periculosidade. "Concluído nosso presídio aqui, vamos pegar tudo de volta, porque nós temos que cuidar do que é nosso."
Questionado sobre o vídeo divulgado hoje pela Folha de S.Paulo, que mostra detentos exibindo três corpos decapitados durante rebelião no último dia 17 de dezembro, o secretário disse que não teve acesso às imagens.
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