Nas ruas de Curitiba, a população se dividiu ontem sobre a eficácia da segunda edição do Dia sem Carro na cidade, que estimulou os curitibanos a deixar o veículo em casa e a usar meios alternativos de transporte. Enquanto alguns acharam o trânsito um pouco melhor, outros não notaram qualquer diferença. Os números oficiais do monitoramento do tráfego serão divulgados somente na segunda-feira.
Em 2003, quando foi registrada adesão de 42% da população, uma área de 72 quadras foi considerada zona livre de trânsito e cerca de 50 ruas foram bloqueadas, entre elas vias de grande fluxo, como a Marechal Deodoro, a Marechal Floriano e a Cruz Machado. Neste ano, ainda que algumas ruas tenham sido demarcadas como áreas livres de veículos, o trânsito só foi impedido na Rua Barão do Rio Branco, no Centro.
Uma medição parcial da poluição sonora divulgada ontem pela prefeitura apontou queda de 50% no índice de óxido de nitrogênio (NO) em todas as regiões da cidade. O nível de ruído dos veículos no Centro também diminuiu. Na sexta-feira anterior, os decibelímetros (aparelhos que medem a poluição sonora do ambiente) indicavam uma média de 71.5 decibéis. Ontem, no mesmo período do dia, a média baixou para 69.7. Em 2003, a poluição sonora no Dia sem Carro caiu de 77 para 70 decibéis na média em toda a cidade.
Avaliações
O taxista Adir José da Rocha, de 25 anos, saiu às 7h30 de sua casa no Capão Raso e foi até o ponto onde trabalha na Marechal Floriano. Para ele, o movimento na cidade permaneceu igual ao de outras sextas-feiras. "Não mudou nada, ficou igual. E com esse tempo ameaçando chover, acho que é mais difícil que as pessoas saiam de casa de ônibus", diz. O colega dele, Jaime José da Silva, de 51 anos, há 20 trabalhando como taxista, acha que "o trânsito melhorou um pouco, para uma sexta-feira."
O presidente da Urbanização de Curitiba S.A.(Urbs), Paulo Schmidt, foi trabalhar de ônibus. Na prefeitura, apenas algumas motos estavam no estacionamento. "Acreditamos que a adesão (na cidade) possa chegar aos 30%", arriscou Schmidt.
Para o consultor de trânsito Luiz Arthur Montes Ribeiro, o sucesso do Dia sem Carro passa por uma série de ações que não foram cumpridas pelo governo municipal neste ano. "Acho que a tarifa do ônibus poderia ser mais barata. O policiamento também precisaria ser mais ostensivo, para que as pessoas tivessem mais segurança ao andar a pé ou de bicicleta. Mas o principal é o diálogo com a sociedade. Informações sobre a importância de não usar o carro nesse dia em shoppings, escolas, universidades e empresas seriam fundamentais para o sucesso da campanha. Apenas colocar algumas faixas e fazer propaganda na televisão não funciona", defende Ribeiro.
O Dia sem Carro é feito em várias cidades do mundo sempre no dia 22 de setembro também lembrado como o Dia do Pedestre. Este ano, pelo menos 1,4 mil cidades de 40 países fizeram alguma ação para conscientizar a população sobre formas alternativas de transporte.
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