Se por um lado é um passo para a integração, a fronteira seca também facilita os crimes, principalmente o tráfico de drogas e armas. A maconha é a droga que mais entra no Brasil via Mato Grosso do Sul, seguida pela cocaína.
O delegado da Polícia Federal (PF) em Ponta Porã, Caio Rodrigo Pellim, diz que a maior parte da área plantada de maconha concentra-se no lado paraguaio, em uma faixa de 600 quilômetros, correspondente aos municípios sul-matogrossenses de Paranhos a Porto Murtinho.
A droga sai do Paraguai em caminhões e caminhonetes. Para conter a ação dos traficantes, a polícia concentra a fiscalização em rodovias, por ser difícil controlar o trânsito entre Brasil e Paraguai na fronteira, que é livre. Outra ação comum é a destruição da maconha no local de plantio.
Na semana passada, a PF, em parceria com a Secretaria Antidrogas do Paraguai (Senad), encerrou a segunda edição da Operação Nova Aliança, que resultou na destruição de 1,8 milhão de pés de maconha no lado paraguaio, em uma área correspondente a 187 hectares, durante sete dias. Conforme a PF, as lavouras erradicadas produziriam mais de 600 toneladas de droga, correspondente a US$ 5,6 milhões, o que representa prejuízo aos traficantes. Nessas operações geralmente ninguém é preso porque os plantadores fogem ao notar a presença do helicóptero, que faz um sobrevoo para identificar as lavouras, feitas em meio a clareiras nas matas.
Com a concentração de quadrilhas, os crimes causados por dívidas de droga e desavenças na região também são comuns, a exemplo do que ocorre em Foz do Iguaçu. Segundo a Polícia Civil, em 2008 foram registrados 33 homicídios em Ponta Porã, cidade de 60 mil habitantes. Em Foz do Iguaçu, onde há 320 mil habitantes, o número chegou a 220.
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