Foz do Iguaçu O trânsito na Ponte da Amizade, fronteira do Brasil com o Paraguai, foi intenso ontem após o fim de um bloqueio de 36 horas desencadeado por taxistas paraguaios descontentes com a fiscalização da Receita Federal (RF) em Foz do Iguaçu. Caminhões, carros, kombis, mototáxis e pedestres, impedidos de cruzar a fronteira durante dois dias, disputaram espaço para passar de um país a outro.
No fim da tarde, cerca de 150 sacoleiros e turistas formavam fila na aduana brasileira para legalizar mercadorias. Pelo menos 40 mil veículos foram impedidos de passar pela ponte durante o protesto.
Os manifestantes decidiram abrir a passagem para veículos e pedestres por volta das 23h45 da quarta-feira, após uma reunião com o prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarias Irún. Ele esteve em Assunção, capital do Paraguai, e obteve a garantia de que os presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Nicanor Duarte Frutos, do Paraguai terão um encontro no Chile, no fim de semana, durante a posse da nova presidente Michele Bachelet, para falar sobre a fiscalização.
Segundo Irún, caso os dois presidentes não cheguem a um acordo, a fronteira deverá ser bloqueada novamente na próxima segunda-feira. Ontem à tarde, Irún liderou uma comitiva paraguaia que se reuniu em Foz do Iguaçu com o delegado da RF, José Carlos de Araújo, para pedir a liberação de 12 veículos paraguaios retidos durante a fiscalização, dos quais oito na terça-feira, dia do início do protesto, e outros quatro ontem, mas teve o pedido negado.